O porte de armas divide opiniões entre os que aprovam e os que reprovam a posse legal do armamento para o cidadão civil. Não necessariamente, quem tem uma arma de fogo estará mais seguro em uma situação de assalto, é o que explica o titular do 6º Distrito de Polícia Civil de Vila Velha, delegado Guilherme Eugênio Rodrigues.
“É extremamente comum que ladrões busquem vítimas sabidamente portadoras de arma de fogo, na expectativa de roubarem o objeto. Mesmo a posse de uma arma, muitas vezes, não é suficiente para resguardar a vida das vítimas durante um roubo. Em uma situação de crime contra o patrimônio, o efeito surpresa, que normalmente é do criminoso, costuma ser bastante determinante e até mais relevante do que a posse de uma arma”, assegura.
O delegado disse ainda que, no mercado negro, a arma de fogo vale mais do que no mercado lícito, e muitas vezes ela é o objeto de desejo do criminoso.
“Já atendi diversos casos de policiais, principalmente aposentados, que foram assaltos e que, nesses crimes, buscavam-se as armas dessas pessoas. O porte da arma vai aumentar significativamente o risco corrido por aquele que a porta, pois o efeito surpresa dará a vantagem ao criminoso, mesmo diante de uma vítima armada”, relata.
Organização criminosa é alvo de investigação
Dois homens foram presos acusados de serem os responsáveis por um roubo em que as vítimas foram feitas reféns. O crime aconteceu no dia 6 de abril, em Várzea Nova, às margens da BR 101, em Guarapari. Além dos homens de 19 e 23 anos, um terceiro suspeito foi identificado. Ele morreu durante um confronto.
Durante as investigações do crime cometido em abril, a equipe da Delegacia Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Guarapari descobriu que dois dos três criminosos haviam cometido outra ação criminosa no dia 14 de fevereiro.
Na ocasião, um casal proprietário de uma pequena pousada na localidade de Jabuticaba, também em Guarapari, foi alvo dos criminosos. Foram levados R$ 3.400, três armas de fogo e joias avaliadas em cerca de R$ 300 mil. Armas roubadas do casal foram utilizadas no crime de abril.
“Nesses casos eles tinham conhecimento e buscavam, principalmente, as armas que as famílias tinham. No primeiro caso, eles abordaram uma das vítimas na porta da casa e fizeram ela como refém. Entraram na casa e anunciaram o assalto, pedindo pelas armas. Essa família tinham várias armas de fogo legais e esse era o principal objeto de desejo dos criminosos”, finalizou.
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