Passado mais de uma semana dos ataques às escolas de Aracruz, no interior do Estado, onde um ex-aluno matou quatros pessoas e feriu outras 12, continuam chamando a atenção para essa violência nos colégios. Nossa equipe conversou com uma especialista para saber qual é o papel da escola, do estado e da família em casos bárbaros como esse.
Para a psicóloga Sátina Pimenta existem vários motivos para que ex-alunos cometam uma barbárie como a ocorrida no município do interior capixaba.
“Muitas das vezes essas pessoas (alunos) passaram por bullying, violências pscológicas e a até violências físicas. E de alguma maneira não foram cuidadas pela instituição, nem pais e nem pela sociedade em geral. Ela não nasceu com a ideia de matar uma pessoa. Ninguém nasce com esse pensamento. Isso se constrói dentro do indivíduo”, alertou Sátina.
O ataque de Aracruz não foi o único. Em 11 anos, foram várias tragédias envolvendo a segurança da comunidade escolar no país. Em abril de 2011, foi o massacre em Realengo, no Rio, provocado também por um ex-aluno. Oito anos depois, aconteceu em Suzano, na Grande São Paulo. A especialista afirma que os autores desse tipo de crime apresentam um comportamento diferente e que pode ser identificado com antecedência.
“Se essa criança tem modificado a forma de falar, pensar ou expressar dentro do seio familiar ou em outros locais de socialização, é necessário que o grupo acolha esse adolescente. Ele não faz parte só da família, mas também da escola, do futebol, do bairro que ele mora. É preciso que essas pessoas busquem informações para saber o que está acontecendo”, destacou a especialista.
Mas como os jovens que praticam esse tipo de crime conseguem colocar em prática planos audaciosos, que tiram a vida de vários inocentes? A especialista alerta que o perigo para que o adolescente seja influenciado a cometer esse tipo de ato não está somente na convivência com más companhias ou em apresentar um comportamento agressivo.
“O inimigo pode estar bem mais perto do que se possa imaginar e os pais precisam estar atentos”, alerta a especialista.
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