Os ataques em duas escolas em Aracruz, no Norte do Espírito Santo, nesta sexta-feira (25), que deixaram quatro mortos, até o momento, chocaram todo o Brasil. O atirador, um adolescente de 16 anos, foi apreendido horas depois do ocorrido, ele era ex-aluno da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEFM) Primo Bitti, a primeira unidade alvo.
No dia 19 de agosto, um ex-aluno também invadiu sua antiga instituição de ensino. Henrique Lira Trad, de 18 anos, que estudou na escola Éber Louzada Zippinotti, em Vitória, invadiu a unidade de ensino, armado com facas ninjas, flechas e coquetéis molotov e ameaçou matar estudantes e funcionários da escola. Ninguém ficou gravemente ferido no caso.
Os casos assustaram a população capixaba e levantaram uma questão: por qual razões adolescentes e jovens cometem ataques contra suas antigas escolas?
A reportagem do MovNews conversou com a psicóloga Dediani da Cunha Darós, de 25 anos, para entender essa questão.
“A escola para muitas crianças é um local que tem que seguir regras, e crianças são apenas crianças, elas não gostam de seguir regras impostas pela instituição, pela família e pela sociedade. Desde muito cedo elas são condicionados a isso, muitos não se adaptam e mesmo assim existe a pressão de tentar se adaptar. Outra questão é o bullying, que pode ser consequência dessa falta de adaptação, isso pode reforçar um trauma de um lugar aversivo para eles, por isso, talvez, a escolha de uma escola para ataque. Não se sabe ao certo o que reforçou o comportamento desse jovem, mas sempre existe um antecedente”, disse a psicóloga Dediani da Cunha Darós.
Ela ainda ressaltou como os responsáveis podem notar uma mudança de comportamento nos adolescentes e jovens.
“O diálogo com os filhos é essencial, sobre como está o dia a dia na escola e acompanhamento na instituição. Muitos pais acabam sendo relapsos por motivos diversos, mas o indicado é monitorar e sempre se manter informado em relação à vida escolar dos filhos”, disse.