Nenhum arrependimento. Segundo a polícia, foi o que demonstrou o adolescente de 16 anos, que invadiu duas escolas em Aracruz, no Norte do Espírito Santo e foi apreendido horas após o crime. Durante os atentados, o jovem, que é ex-aluno de uma das escolas, matou duas professoras, uma estudante de 12 anos e feriu outras 13 pessoas. De acordo com a polícia, ele demonstrou frieza no momento em que foi encontrado.
Durante coletiva de imprensa realizada na tarde desta sexta-feira (25), os secretários de Educação, de Segurança Pública, o governador Renato Casagrande e investigadores e delegados da Polícia Civil deram detalhes sobre o caso.
“Estive com ele, foi uma conversa tranquila. Ele falou todos os fatos com riqueza de detalhes, disse que planejou, mas não falou qual foi o motivo. Ele estava em choque, mas tranquilo. Não conseguimos ver arrependimento”, disse o superintendente de Polícia Regional Norte, João Francisco Filho.
A polícia ainda não sabe se o caso que ocorreu nesta sexta-feira (25) tem relação com outras ocorrências registradas neste ano. Em agosto, um jovem foi preso após invadir uma escola em Jardim da Penha, em Vitória. Um mês depois, outro caso semelhante foi registrado na Bahia.
Como aconteceu o ataque?
Na manhã desta sexta-feira (25), as escolas Primo Bitti e o Centro Educacional Praia de Coqueiral foram invadidas. Durante os ataques, duas professoras e uma aluna foram mortas. Outras 13 pessoas ficaram feridas. O adolescente, segundo a polícia, confessou o crime.
Para se locomover entre uma escola e outra, o jovem usou o carro do pai, um policial militar. Foi por meio do veículo que os policiais militares, investigadores da Polícia Civil e os agentes da Polícia Rodoviária Federal conseguiram localizar o adolescente.
Com ele, foram encontrados uma pistola .40 e um revólver calibre 38. A pistola era da Polícia Militar e pertencia ao pai do adolescente, que faz parte da corporação. A patente dele, no entanto, não foi informada. Já o revólver era uma arma particular do pai.
Comoção
A equipe do MovNews esteve nas duas escolas em que ocorreram os ataques. O clima era de muita dor e revolta na cidade que nunca presenciou algo parecido. O olhar de moradores e da população da pacata Aracruz era de comoção com as mortes das professoras Cybelle Passos Bezerra Lara, de 45 anos, Maria da Penha Pereira de Melo Banhos, de 48 anos e da pequena Selena Sagrillo Zucoloto, de apenas 12 anos.
A ex-diretora da Escola Primo Bitti, a primeira a ser invadida pelo menor, estava muito abalada. “Eu me pergunto. Onde foi que erramos? Onde estamos errando para isso acontecer em uma comunidade tranquila como Coqueiral, onde tem pessoas de vários níveis e muito solidárias. Eu fico pensando onde falhamos para vermos colegas partirem dentro de uma sala de professor”.






