4 de dezembro de 2025
quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Volta Ecológica defende os Manguezais de Vitória

VOLTA ECOLÓGICA DEFENDE OS MANGUEZAIS DE VITÓRIA
Evento reúne ativistas em observação ambiental, retirada de lixo e ações de conscientização

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Logo do Evento | Foto: Tony Silvaneto

 A mobilização deste ano

A 7ª Volta Ecológica da Baía de Vitória reuniu na manhã de 30 novembro de 2025, embarcações, organizações ambientais e voluntários. O percurso teve aproximadamente 32 km, distância calculada com base em medições no Google Maps devido à falta de dados oficiais.

O evento, promovido pelo Instituto Guardiões do Riomar, buscou identificar pontos críticos de poluição, avaliar o estado dos manguezais e reforçar a importância de ações permanentes de recuperação ambiental.

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Guardiões do Riomar/Organização do evento | Foto: Tony Silvaneto
Uma das embarcações | Foto: Tony Silvaneto

Segundo o ambientalista e organizador do evento, Alberto Pêgo, a iniciativa parte da necessidade de manter viva a observação direta do território:

“O objetivo é incentivar a navegação em torno da ilha de Vitória, para que seja conhecida a situação em que ela se encontra. Segundo os dados, esse aqui é um dos maiores manguezais urbanos do planeta. Tem muito esgoto que é lançado nos rios que têm a Baía de Vitória como seu local de foz”, afirmou.

Alberto Pêgo | Foto: Tony Silvaneto
Alberto Pêgo | Foto: Tony Silvaneto

O ambientalista destacou, ainda, a importância da continuidade do evento:

“Fazer com que esse percurso seja feito todo ano. O que a gente espera é que, com o incentivo à navegação, mais pessoas possam contribuir para que as autoridades públicas façam nos rios, não só obras de bombeamento de águas pluviais, mas obras de tratamento de esgoto”, disse o ambientalista.

Palácio do Governo | Foto: Tony Silvaneto
Canal da Baía de Vitória – ES | Foto: Tony Silvaneto

 O percurso e as áreas observadas

As embarcações partiram às 8h da Marina 5 Pontes, em São Torquato. Passaram pela Terceira Ponte, Ilhas do Boi e do Frade, Píer de Iemanjá, Ponte Ayrton Senna e Ponte da Passagem.

Terceira Ponte / Convento da Penha | Foto: Tony Silvaneto
Ponte da Passagem | Foto: Tony Silvaneto

O grupo observou áreas sensíveis de manguezal, como nos bairros Joana D’Arc, Maria Ortiz e nas margens da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

A navegação avançou até a foz do Canal dos Escravos, conhecido pela relevância histórica e ambiental, mas também por relatos de poluição. O percurso é estreito, com cerca de 6 a 10 metros de largura.

Canal dos Escravos
Foto: Tony Silvaneto
Canal dos Escravos
Foto: Tony Silvaneto

Após cerca de 3 km de ida e volta, o grupo retornou ao Canal da Ilha de Vitória, trecho em que as margens chegam a 1,5 km.  Alcançou as áreas próximas à Ilha das Caieiras, Santo Antônio, Cais do Avião e Sambão do Povo, até chegar ao Píer do Parque Tancredão.

 

Ações conjuntas de conscientização e limpeza

No Tancredão, os participantes foram recebidos por crianças e jovens do Clube Desbravadores, que atuam, desde 2015, em parceria com o Instituto Guardiões do Riomar, em ações de defesa do meio ambiente.

Clube de Desbravadores | Foto: Tony Silvaneto
Clube de Desbravadores | Foto: Tony Silvaneto

O coordenador regional dos Desbravadores, Erasmo Gazolli, explicou que a participação no evento vai além da retirada de resíduos:

“O nosso primeiro objetivo com as ações ambientais é a educação das crianças e adolescentes. O segundo objetivo é a conscientização das pessoas que observam as ações. O terceiro objetivo é a limpeza do ambiente marinho”, informou.

Erasmo Gazolli | Foto: Tony Silvaneto

 

Desbravadores | Foto: Tony Silvaneto

A chegada das embarcações da Projeto Mangue Limpo, coordenada pelo pescador Alexandre Rosa, marcou o momento mais impactante da ação. Em conjunto, as crianças e jovens Desbravadores formaram uma corrente humana para descarregar sacolas pretas cheias de resíduos secos recolhidos no mangue.

Projeto Mangue Limpo
Foto: Tony Silvaneto
Projeto Mangue Limpo
Foto: Tony Silvaneto

Alexandre Rosa destacou o caráter colaborativo da mobilização:

“Uma parceria com os Guardiões do Rio Mar, 7ª Volta Ecológica da Baía de Vitória, viemos somar forças com eles. Junto com os Desbravadores que também participam, já fazem esse trabalho”, declarou o pescador.

Alexandre Rosa | Projeto Mangue Limpo

Demandas ambientais e expectativas dos organizadores

Para Alberto Pêgo, a Volta Ecológica tem um papel claro de transformação social. Afirma que não é uma causa em vão. As pessoas que conhecem despertam para o aspecto fundamental da proteção ambiental, através da ações estruturadas e de conscientização.

“Quem participa de uma volta como essa que a gente faz nunca fica igual ao que era antes. A pessoa sai transformada. As pessoas entendem que realmente é algo necessário e que tem que ser feito”, disse.

Mangue da Baía de Vitória | Foto: Tony Silvaneto
Mangue da Baía de Vitória | Foto: Tony Silvaneto

O ambientalista reforçou que o Espírito Santo tem condições técnicas e financeiras de ampliar o tratamento de esgoto, mas falta ação pública:

“Quando a sociedade descobre que tem essa pauta para defender, os políticos vão atrás, mas a população tem que sinalizar. Nós estamos precisando fazer com que mais políticos abracem a causa. E para fazer isso, nós temos que fazer os eleitores desses políticos também abraçarem a causa”, afirmou.

Os Guardiões do Riomar esperam que o crescente engajamento favoreça pressões institucionais para combater ligações clandestinas de esgoto, controlar resíduos, revitalizar rios urbanos e recuperar os manguezais da Grande Vitória.

Guardiões do Riomar e Projeto Mangue Limpo | Foto: Tony Silvaneto

 

Continuidade e próximos passos

Após a parada no Tancredão, as embarcações retornaram à Marina 5 Pontes, encerrando o percurso. Com base nas observações e registros ambientais coletados, os organizadores pretendem consolidar relatórios, ampliar parcerias e fortalecer ações permanentes de monitoramento e intervenção ambiental na Baía de Vitória.

Pêgo resume o espírito da iniciativa:

“Vamos manter a chama acesa.”

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Tony Silvaneto
Tony Silvaneto
Jornalista formado e credenciado pela FENAJ. É o codinome de Antonio da Silva Neto, reconhecido como artista com mais de 15 anos na Cultura Popular Capixaba. Pesquisador e escritor regional, registrou por cinco anos diversas manifestações culturais capixabas. Criador do canal CultureVox (YouTube), dedicado à Cultura Contemporânea, Experiências de Vida e Meio Ambiente. Integra o Coletivo Rede de Memórias de Cultura Popular.

1 COMENTÁRIO

  1. obrigado tudo ,foi uma honra poder participar mais uma vez desta volta ecológica da baia de vitória e parabéns aos idealizadores deste evento,qualidade e escelencia na produção

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