Novembro passou, fiz 30 anos, lancei minha primeira coleção de roupas, preparei um aniversário, uma cantata de Natal, lanches comunitários, mostra das oficinas de costura, bordado e macramê. Foi tanta coisa que não cabe aqui e que às vezes penso “Como eu sobrevivi?”.
Apesar da correria e da empreitada que encarei para lançar uma coleção, em algo encontrei um refúgio para manter a sanidade: Costurar! Mas costurar sem pressão, quando a cabeça está fria ou quando preciso me distrair dos problemas cotidianos. Porque no fim, não adianta se remoer pelo que passou ou pelo que ainda nem chegou.
Duas postagens, que parecem simples, me motivaram nesse período. A primeira é da artista Cris, que tem o perfil @cristirinhas no instagram:
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Costurar é bom, até algo dar errado e precisar desmanchar. Porém, quando achava que algo não estava bom, mesmo que fosse durante um teste de costura, lembrava desta postagem. Nada vai dar certo de primeira, seja o primeiro ponto que bater em um tecido ou em um acabamento. É com testes e, nesse caso, costurando muito que podemos adquirir a prática.
Já a segunda postagem faz muito sentido para quem se cobra demais. Falei outras vezes da psicóloga Késia Rodrigues, o perfil dela no instagram se chama @muitoalemdaterapia. E essa postagem, apesar de ser um carrossel, todas as artes com boas frases que precisamos ouvir e ler várias vezes, neste caso foco mais na 1ª arte:
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Quando comecei a pensar sobre a coleção, não tinha definido tema, nem cores, mas tinha pensado em fazer 30 peças. O que de cara me deixou em desespero, porque idealizei a coleção com 3 meses, ou menos, antes da data que iria lançar. Ou seja, tinha a data do lançamento, mas não tinha todo o resto e ainda estipulei um número absurdo para costurar sozinha. E claro, além da terapia, lembrar dessa postagem me fez colocar o pé no chão. Acabei por definir que se tivesse até 10 peças estaria satisfeita. No fim, fiz 18 peças, contando vestidos, kimonos, calças, saias, blusas e camisas. Costurei até onze da noite do último dia, antes do dia oficial do lançamento.
Exausta e satisfeita, recente nos 30 anos, com uma coleção que coloquei muito amor, tempo e paciência, que fiz para vender, mas também para colocar para fora tudo o que guardava dentro de mim. Aprendi nesses 3 meses que o importante nunca foi sobre a validação dos outros, seja sobre a coleção ou até sobre agradar os outros, descobri e continuo descobrindo todos os dias que o mais importante é o processo de crescimento. Para alçar novos voos é preciso tentar e agradeço a todos que me ajudaram nesse processo de crescimento, me motivando e encorajando. Olhando para trás posso dizer que tive mais coragem do que imaginava.








