— Vamos logo, a primeira é a Ana Clara.
Ana Clara levantou-se da cadeira e foi até a frente da sala. Era uma menina de aproximadamente 1,64 m, com longos cabelos castanho-escuros, sempre presos — segundo sua avó, “cabelo solto é coisa de vagabunda” —, pele branca e um olhar muito tímido. Tão tímida que nem sabia por onde começar a se apresentar, mas um olhar de encorajamento da amiga Julieta deu-lhe um pouco de coragem. Afinal, era apenas uma apresentação simples, em que diria algumas coisas bobas sobre si mesma e pronto.
— Meu nome é Ana Clara Dias Moreira, tenho 15 anos e sou de Escorpião. Nasci em Cachoeiro do Itapemirim no dia 20 de novembro de 2009 e moro com minha avó. Quanto à minha personalidade, geralmente sou tímida, mas adoro coisas fofas, principalmente se forem feitas de lã, sou completamente obcecada por elas. Meu animal favorito é a ovelha, e minhas matérias preferidas são História e Literatura. Sou apaixonada pelas histórias de heroísmo do cavaleiro Jorge e sonho em um dia ajudar as pessoas como ele.
Ao terminar, Ana percebeu que todos estavam em silêncio e que havia falado mais de si do que gostaria. Imediatamente, sentiu-se envergonhada, com vontade de sumir. O professor Dmitri, porém, apenas deu de ombros.
— Eu não estava planejando que as apresentações fossem assim, mas dane-se. Próximo.
Ana Clara voltou o mais rápido que pôde para sua carteira, enquanto Aurora ia até a frente com entusiasmo — mas, infelizmente, acabou derrubando seus próprios materiais e os dos colegas no chão. Eles ficaram irritados, mas não surpresos. Aurora era conhecida por ser desastrada e pela fama de destruir coisas facilmente, mesmo que sem intenção.
Aurora tinha longos cabelos loiros presos em um rabo de cavalo, com algumas mechas vermelhas (que ela sempre pintava para manter o visual), pele branca levemente bronzeada e coberta por band-aids coloridos, e olhos castanho-escuros. Media cerca de 1,72 m e era, sem dúvida, uma das meninas mais bonitas da sala, ao lado de Helena e Manuela.
— Me desculpem — disse ela, tossindo antes de começar. — Olá, meu nome é Aurora Torres Casagrande, tenho 15 anos e sou de Áries. Sou de Santa Leopoldina e nasci no dia 16 de abril de 2009. Tenho descendência italiana por parte de pai; minha família tem uma fazenda onde cultivamos uvas e produzimos vinhos, um negócio que começou com meu bisavô. Sobre minha personalidade… é difícil descrever, mas adoro colecionar itens que me lembrem chuva e raios, estudo fenômenos meteorológicos e amo arquitetura. Ah, e às vezes sou um pouco desastrada.
“Às vezes? Garota, você é a personificação de um desastre ambulante”, pensou a turma em uníssono. Aurora voltou ao seu lugar, não sem antes quase tropeçar três vezes e derrubar novamente os materiais dos colegas.
O professor Dmitri, já cansado daquela lengalenga, chamou o próximo. Bernardo foi até a frente, fazendo com que muitas garotas ficassem coradas e com o coração acelerado, enquanto Davi e Felipe reviravam os olhos. Davi porque achava Bernardo superestimado, e Felipe por inveja da atenção que ele recebia.
— Olá a todos. Meu nome é Bernardo Garcia Oliveira de Alcântara, tenho 15 anos e não sei meu signo, desculpem estragar a brincadeira – riu suavemente – Sou de Petrópolis, no Rio de Janeiro, e nasci no dia 4 de abril de 2009. – Ele é de Áries, pensaram alguns alunos – Mudei-me para o Espírito Santo aos 10 anos. Quanto à minha personalidade e hobbies… gosto de ter controle sobre as situações, mas minha mãe diz que sou uma mãe galinha com quem amo. Adoro esportes, especialmente arco e flecha, escalada e cavalgada, mas também gosto de estudar. Aliás, como representante masculino da turma, eu e a Julieta estamos pensando em criar um grupo de estudos para quem tiver dificuldade nas matérias.
Bernardo media cerca de 1,70 m, tinha pele morena com um bronzeado intenso — como quem passara as férias na praia —, cabelos ondulados castanho-escuros que acentuavam seu ar impressionante. Era o segundo filho entre cinco irmãos e, por isso, aprendera desde cedo a ser responsável, ao lado da irmã mais velha, Amélia. Mas era seu charme e seu lado protetor que faziam as garotas suspirarem por ele.
Dmitri, já arrependido da ideia estúpida que Yuting lhe sugerira, chamou o próximo para se apresentar, exausto com tanta enrolação.
