Sabe aquele livro que pega você pelo braço logo na primeira página, te arrasta pra dentro do universo e simplesmente não te deixa ir embora? Foi exatamente assim a minha experiência com Six of Crows, da Leigh Bardugo. Confesso que, antes de começar, eu já tinha ouvido muita gente falando que era incrível, mas preciso dizer que não sabia que seria tão incrível assim. Esse não é um livro qualquer, gente, é uma experiência.
Mas vamos por partes. O mundo da história, uma cidade chamada Ketterdam, é um lugar cinza, sombrio, cheio de becos e segredos. Ao mesmo tempo, tem uma energia real, sabe? É perigoso, mas muito humano, porque mostra como o apoio entre pessoas faz diferença. É bem isso o que acontece com o grupo principal da história, os “Seis” do título. Eles são aquela mistura louca, tipo um quebra-cabeça que só funciona quando todos estão juntos. Me identifiquei muito com o estilo deles, cada um com sua habilidade, mas com algo em comum: carregar cicatrizes, daquele tipo que molda quem a gente é.
No meio de tudo isso temos o Kaz Brekker, que com certeza é o personagem mais complicado e fascinante de todos. Ele não é um herói bonzinho, longe disso. Na verdade, ele é o típico anti-herói que você odeia amar. Ele faz o que é preciso para sobreviver, doa a quem doer, mesmo que os métodos dele sejam questionáveis (e às vezes bem brutais). Só que, ao mesmo tempo, é impossível não se sentir conectada com a história dele – ele é todo quebrado por dentro, mas nunca deixa isso o impedir. Pra mim, isso só faz dele mais humano, mais real. E, cá entre nós, acho que todo mundo tem um pouco de Kaz dentro de si. Aquele lado meio bagunçado, que faz o que pode com o que tem.
Agora, preciso falar sobre o Jasper, porque ele foi outra paixão que tive lendo o livro. Ele é engraçado, é o alívio cômico do grupo, mas também é muito mais que isso. Ele tem camadas, segredos, dores, e toda vez que ele aparece, dá vontade de sentar e tomar um café com ele. Se eu estivesse no grupo, aposto que eu seria ou o tipo que criaria coisas (imagina construir equipamentos e bolar ferramentas úteis!), ou talvez a pessoa das ideias criativas para missões, tipo bolar disfarces ou estratégias para entrar nos lugares. Ia me divertir tanto trabalhando em equipe com o Jasper!
E, claro, tem os planos do Kaz. Gente, o que dizer dessa mente brilhante que faz planos que ninguém nunca entende, mas que sempre acabam funcionando? Acho isso fantástico no livro: descobrir as coisas enquanto tudo acontece. Não tem nada de previsível ali. Você está tão no escuro quanto os personagens e é isso que torna tudo tão empolgante. É cada reviravolta de tirar o fôlego!
Não dá para ignorar o “casal não-casal” Kaz e Inej. Eles são uma estranheza maravilhosa juntos. Uma vibe de quase-romance, cheia de silêncio, dor, cuidados discretos e muito significado por trás de cada palavra dita ou não dita. É uma relação que foge do clichê, mas que é mais intensa do que muitas histórias de amor por aí.
Six of Crows, no final das contas, é uma jornada sobre pessoas quebradas tentando se refazer em meio a um caos absurdo. O mais bonito é perceber que a força do grupo vem exatamente disso, das imperfeições e dos laços que eles criam entre si. Tem ação, drama, amor (mesmo que contido), traição e muitos momentos de deixar o coração disparado. Não é à toa que esse livro teve tanto impacto em mim.
Se você ainda não leu, tá esperando o quê? É aquele tipo de história que vai ficar com você muito depois de terminar. Eu mal consigo escolher um favorito entre os personagens – talvez isso diga mais sobre como eles são todos incríveis e bem construídos.
