Países do Brics se reúnem em Brasília para discutir a harmonização de regras comerciais e ambientais, abordando padrões internacionais voltados para desenvolvimento sustentável, ESG, e a erradicação da violência contra mulheres nas organizações.
Nos dias 17 e 18 de junho de 2025, delegações dos órgãos de normalização do Brics se encontraram para explorar a cooperação e os desafios comuns em normalização e áreas correlatas. Sob a liderança da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), os delegados discutiram políticas voltadas à padronização da contagem de carbono, práticas ESG, tecnologias relacionadas ao hidrogênio e sistemas para prevenir a violência de gênero nas empresas.
Importância da Cooperação em Normalização
Na abertura do evento, o presidente da ABNT, Mario Esper, destacou a relevância da cooperação na padronização em um ambiente econômico incerto. Ele enfatizou que a normatização é fundamental para a integração comercial, inovação e proteção do consumidor, alinhando-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
Maria Cristina Rayol, do Itamaraty, ressaltou que os desafios geopolíticos e tecnológicos atuais exigem esforços conjuntos para atender padrões que facilitem o comércio e enfrentem barreiras. Ela indicou que se os países não harmonizarem os padrões, será difícil acessar os mercados uns dos outros, destacando a necessidade de colaboração para maximizar o desenvolvimento.
Contribuições dos Países Membros
Mehdi Ghasemi do Irã acredita que a simplificação de processos e o reconhecimento mútuo de padrões dentro do Brics podem reduzir barreiras comerciais e promover a integração econômica. Chen Shuiyan, representante da China, reiterou a importância desse diálogo para a cooperação na padronização e impulsão do desenvolvimento tecnológico.
Contabilização de Carbono: Desafios e Oportunidades
A falta de padronização nas metodologias de contabilidade de carbono tem elevado os custos de medição e comprometido a transparência nas cadeias de suprimento globais. Essa temática é vital para o Brasil, que a incluiu em sua agenda internacional. Maria Cristina Rayol afirmou que o país, reconhecido por sua matriz energética limpa, busca uma contabilidade de carbono mais abrangente para evidenciar suas vantagens.
Rostislav Sirotkin, da Rússia, apontou que o reconhecimento mútuo de padrões de contagem de carbono é crucial para o comércio e a inovação, contribuindo para um sistema de padronização mais equilibrado globalmente.
Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixas Emissões
O evento também contou com discussões sobre a certificação do hidrogênio de baixas emissões, um vetor importante na transição energética global. Gabriel Lassery, da ABH2, apresentou a ISO TS 19870, que estabelece uma metodologia para quantificação das emissões ao longo da cadeia de produção do hidrogênio. O Brasil, com seu potencial em fontes renováveis, busca fortalecer essa cadeia produtiva.
Compromisso com a Sustentabilidade e Inclusão
As discussões reafirmaram o compromisso dos órgãos de normalização do Brics em desenvolver soluções técnicas que promovam uma economia sustentável e inclusiva. A construção de normas apresentadas visa enfrentar desafios globais, solidificando a normalização como ferramenta fundamental para o desenvolvimento econômico e a promoção dos direitos humanos.
