A devastação causada pelo garimpo ilegal é alarmante, com 18 mil hectares de floresta destruidos na Terra Indígena Kayapó, tornando-a a segunda mais afetada no Brasil. Essa área supera em mais de quatro vezes a devastação na Terra Yanomami, que contabiliza aproximadamente 4 mil hectares.
Operação de desintrusão em andamento
Desde o início de maio, o Governo Federal está realizando uma operação de desintrusão no território indígena, localizado na Amazônia, no estado do Pará. Com mais de 3,2 milhões de hectares sob vigilância aérea e terrestre, equipes das forças de segurança estão mobilizadas para proteger a região.
A mais recente fase da operação resultou em 58 incursões na Terra Indígena, onde materiais, maquinários e instalações utilizadas para a exploração mineral foram inutilizados e destruídos, causando um prejuízo estimado de R$ 17,4 milhões aos garimpeiros. Essa ação é resultado de uma determinação judicial, tendo o Supremo Tribunal Federal orientado o processo de desintrusão. A força-tarefa, coordenada pela Casa Civil e pelo Ministério dos Povos Indígenas, conta com a colaboração de mais de 20 organizações.
Tecnologia na linha de frente
Entre os recursos utilizados nessa operação, destaca-se o uso do drone Nauru 500-C, uma aeronave remotamente pilotada de alta tecnologia. Desenvolvida pelo Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), órgão vinculado ao Ministério da Defesa, o drone proporciona orientações precisas para as equipes em campo. Capaz de realizar voos até 60 km e operar em altitudes acima de 1.000 pés, o Nauru 500-C fornece imagens em tempo real, sendo vital para a identificação de áreas desmatadas e movimentos suspeitos.
Apoio às comunidades Kayapó
Para garantir a segurança alimentar dos povos Kayapó durante a operação, a Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Ministério dos Povos Indígenas estão distribuindo duas cestas de alimentos por mês às famílias da comunidade. As entregas começaram no dia 19 e visam minimizar o impacto da operação na segurança alimentar dos moradores.
Histórico de desintrusão
Este é o oitavo território indígena a passar pelo processo de desintrusão sob o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Desde o início de 2023, outras terras como Alto Rio Guamá, Apyterewa, Trincheira Bacajá, Karipuna, Munduruku e Yanomami também receberam ações de proteção, além da TI Araribóia, que atualmente está em execução.
As ações do governo refletem um compromisso contínuo contra a exploração mineral em terras indígenas e visam resguardar a integridade dos povos que habitam essas áreas.