A recente Operação Desfaçatez, executada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, teve como foco desarticular um grupo criminoso envolvido em atividades extremas em ambientes digitais. A operação ocorreu no último domingo, e as investigações revelaram uma rede que não apenas promovia ações violentas contra seres humanos, mas também incentivava maus-tratos a animais e automutilação.
Atividades da organização criminosa
Uma das principais investigações indicava que o grupo estava planejando um ataque brutal a um homem em situação de rua, pretendendo transmitir o ato ao vivo pela internet. Três indivíduos foram detidos durante a ação, com mandados cumpridos em Vicente de Carvalho, na Zona Norte, e em Bangu, na Zona Oeste do Rio. Os detidos, considerados líderes da organização, estavam envolvidos em práticas de extrema crueldade e radicalização.
A atuação do Ciberlab
O Laboratório de Operações Cibernéticas, conhecido como Ciberlab, desempenhou um papel fundamental nesta operação. A equipe monitorou a atividade de adolescentes e adultos em grupos públicos de aplicativos de mensagens e redes sociais, onde eram articuladas práticas de violência e discursos de ódio. A intervenção foi essencial para impedir o avanço de práticas extremistas.
Perfil dos detidos
Entre os presos, destaca-se Bruce Vaz de Oliveira, que se apresentava como ativista ambiental. No entanto, as investigações comprovam que ele organizava sessões de tortura de animais, transmitindo as atrocidades pela plataforma Discord. As declarações do secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, evidenciam a dualidade de sua imagem pública e suas ações violentas nas redes.
Kayke Sant Anna Franco e Caio Nicholas Augusto Coelho também foram detidos, ambos sob acusação de diversos crimes, incluindo maus-tratos a animais e incitação ao extremismo. A investigação revelou que Kayke, em especial, tinha sido responsável pelo planejamento do ataque ao homem em situação de rua que seria transmitido ao vivo.
Contraste entre imagem e realidade
O nome da operação, Desfaçatez, simboliza a hipocrisia dos envolvidos, que mantinham uma fachada de respeito à vida e ao meio ambiente, enquanto perpetravam atos de intolerância e crueldade. A discrepância entre o ativismo declarado e as ações criminosas foi um dos pontos cruciais que geraram a atenção das autoridades.
Com o apoio do Núcleo de Observação e Análise Digital da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, a operação resultou na detenção de três indivíduos que, além de suas atividades bárbaras, incitavam a violência e promoviam a automutilação coletiva, revelando um quadro alarmante de radicalização e desumanização.