Democratizar o acesso à energia elétrica em todo o Brasil, especialmente em áreas remotas, é a missão central do Programa Luz para Todos, coordenado pelo Ministério de Minas e Energia. Relançado em agosto de 2023, o programa tem se dedicado a promover a inclusão energética de comunidades indígenas, respeitando suas culturas e modos de vida.
Impacto do Programa nas Comunidades Indígenas
Desde a retomada do programa, até março de 2025, foram instaladas 7.245 unidades consumidoras em terras indígenas, beneficiando cerca de 30 mil pessoas em oito estados. O Mato Grosso, sede do Parque Indígena do Xingu, é o estado com mais atendimentos, totalizando 8.800 indígenas beneficiados. Roraima e Acre também se destacam, com 7.460 e 4.656 beneficiários, respectivamente.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ressaltou que o Programa Luz para Todos representa uma política pública transformadora. A inclusão energética é feita de maneira a respeitar os modos de vida e fortalecer a autonomia dos povos originários.
Tecnologia Sustentável: Energia Fotovoltaica
Para acessar áreas de difícil alcance, uma das principais estratégias do Programa são as tecnologias sustentáveis, como sistemas solares fotovoltaicos. Esses sistemas garantem a inclusão energética adequada ao contexto territorial. Dados do Ministério mostram que mais de 20 mil indígenas foram atendidos com soluções baseadas em painéis solares, que permitem a captação e conversão da luz solar em energia elétrica, assegurando fornecimento mesmo em dias nublados.
O restante, pouco mais de oito mil indígenas, recebeu serviços por meio da extensão da rede elétrica, com postes e transformadores.
Melhoria na Qualidade de Vida
A implementação da energia solar resultou em melhorias significativas nas aldeias indígenas, como a criação de Unidades Básicas de Saúde, escolas iluminadas, conservação de alimentos e acesso a meios de comunicação. Essas inovações têm um impacto direto na qualidade de vida e no fortalecimento das comunidades.
Leonardo Kamayurá, diretor regional do Alto Xingu, comentou que a energia trouxe alívio às dificuldades enfrentadas pela comunidade, como a conservação de alimentos e o manuseio de equipamentos para artesanato. Ele ressaltou que a energia melhorou a comunicação com as equipes de saúde, possibilitando um atendimento mais ágil em emergências.
Reflexões sobre Sustentabilidade
Anna Terra Yawalapiti, liderança do povo Yawalapiti, falou sobre os benefícios, mas também as reflexões trazidas pela energia solar. “A energia trouxe autonomia e acesso à internet, mas também nos fez pensar sobre as mudanças climáticas e o desmatamento, que nos afastam de práticas tradicionais”, afirmou.
Transformações nas Comunidades
Na Comunidade Indígena Sorocaima, em Pacaraima (RR), a indígena Diularneide da Silva Macuxi compartilhou como a energia transformou sua comunidade. “Hoje, a energia é uma necessidade. Graças a ela, conseguimos realizar atendimentos de saúde e tivemos novas oportunidades de estudo com acesso à internet”, disse.
Essas melhorias, como a climatização das escolas, não apenas aumentaram o bem-estar dos alunos, mas também contribuíram para um desempenho escolar melhor.
O Programa Luz para Todos está se consolidando como uma importante política pública que, além de fornecer infraestrutura elétrica, reconhece os direitos dos povos originários, valoriza suas culturas e promove um desenvolvimento respeitoso da ancestralidade e diversidade.