A Biblioteca Nacional do Brasil, uma das maiores bibliotecas da América Latina e a décima do mundo, celebrou recentemente seus 214 anos de história, destacando-se como um pilar fundamental na preservação e promoção da produção intelectual nacional. Para marcar essa data, o Senado Federal prestou homenagem à instituição em sessão especial realizada no dia 31 de outubro.
Durante a cerimônia, o senador Paulo Paim (PT-RS) enfatizou a importância histórica da Biblioteca Nacional, que teve suas origens na chegada da família real portuguesa ao Brasil em 1808. Ele recordou que o acervo inicial foi fruto da transferência de documentos e livros durante a fuga da corte, adquirindo relevância após os incêndios de Lisboa, que destruíram parte significativa da biblioteca real portuguesa. Isso se traduziu na fundação da Biblioteca Nacional com coleções que se tornaram essenciais para a cultura brasileira.
Desde 1907, a Lei do Depósito Legal tem garantido o envio de exemplares de todas as publicações brasileiras para a Biblioteca Nacional, incluindo obras musicais. Com um acervo que atualmente conta com aproximadamente 10 milhões de itens, a instituição continua a crescer por meio de doações, aquisições e parcerias com outras bibliotecas.
A modernização da Biblioteca Nacional, iniciada em 1990 quando passou a ser uma fundação vinculada ao Ministério da Cultura, foi destacada pela ministra Margareth Menezes. Ela ressaltou a digitalização de acervos e a criação de plataformas digitais como passos cruciais para tornar o conhecimento mais acessível. Este processo é fundamental em um mundo onde a informação se propaga instantaneamente.
Suely Dias, diretora-executiva da Biblioteca Nacional, também comentou sobre a importância do espaço físico, localizado na Avenida Rio Branco, no Rio de Janeiro, que atrai cerca de 92 mil visitantes e pesquisadores anualmente. A Biblioteca se apresenta não apenas como um centro de pesquisa, mas também como um patrimônio arquitetônico significativo, que convida à apreciação de sua beleza estética.
Outro ponto importante abordado foi a diversidade do acervo, segundo o presidente da fundação, Marco Lucchesi. Ele destacou que a Biblioteca Nacional reflete a pluralidade cultural brasileira, afirmando que todas as vozes e histórias devem ser representadas. Obras raras, manuscritos históricos, mapas e coleções iconográficas estão entre os itens que compõem seu rico acervo, incluindo a primeira edição de “Os Lusíadas” de Luís de Camões e a carta de doação de Pedro Álvares Cabral a Martim Afonso de Sousa.
A celebração dos 214 anos da Biblioteca Nacional não apenas reconhece seu valor histórico, mas também reafirma seu compromisso com a diversidade cultural e a preservação do patrimônio intelectual brasileiro, desafiando-se a se adaptar aos tempos modernos sem perder sua essência.