Avós deveriam viver para sempre! Esta afirmação é comum entre os brasileiros, que tem uma tradição de ter uma ligação muito forte com os avós.
Há quem diga que vó é á mãe duas vezes. E quem nunca ouviu aquela expressão, muitas vezes dita de forma pejorativa: “criado pela avó”. Já outros dizem que os avós estragam a criança. Vovô e vovó são maravilhosos.
Na manhã desta quarta-feira (26), o assunto foi um dos comentados nas redes sociais. Várias fotos de usuários com seus avós tomaram conta do feed de muita gente. Outros termos relacionados também foram comentados, principlamente na agora rede do “X”, termos como Santa Ana, São Joaquim, e Nanã Buruquê, o Dia assim como várias datas comemorativas, envolve a igreja.
26 de julho é comemorado o Dia dos Avós, exatamente porque é Dia dos santos Santa Ana e São Joaquim pai e mãe de Maria, portanto avós de Jesus Cristo, de acordo com a tradição católica. Mas o Dia dos Avós é uma data recente. O primeiro país que comemorou a data foi Portugal em 2003, após uma campanha que se tornou famosa em todo o país, liderada por uma senhora avó de seis netos, Ana Elisa Couto (1926-2007). Foi o movimento que levou a criação da data.
Dia dos avós no Brasil e o calendário católico
Já em terras brasileiras, como outras datas comemorativas, o Dia dos Avós foi adotado para aquecer o comércio. Não é feriado nem ponto facultativo, mas alguns municípios tem Santa Ana e São Joaquim como santos padroeiros.
O Dia dos Avós entrou para o calendário católico recentemente. Em 2021, o Papa Francisco incluiu a data. E todos os anos, a igreja lança um tema. Neste ano foi “De geração em geração, a sua misericórdia”.
A tradição católica narra que, no século I a.C., Ana e seu marido, Joaquim, moravam em Nazaré e não tinham filhos, mas pediam que Deus lhes enviasse uma criança. Então, um anjo apareceu e avisou que Ana, embora supostamente estéril, estava grávida. Essa criança, uma menina, foi batizada como Maria.
Nanã Buruquê, a avó dos Orixás
Nas religiões brasileiras de matriz africana, Santa Ana é sincretizado com Nanã Buruquê. No período colonial, grande parte da construção do Brasil foi feita com trabalho de escravizados trazidos de forma forçada de África. Pessoas arrancadas de suas famílias, histórias, raízes. Mas dentro dos navios em condições desumanas, eles trouxeram suas culturas e suas crenças.
Adorar um Orixá no Brasil, no período que muita gente não faz questão de recordar, era praticamente uma sentença de morte. O Brasil escravagista era cruel. Então os irmãos escravizados tinham que dar um jeito de cultuar suas crenças sem que incomodassem seus algozes. Assim era parte do sincretismo religioso, associar um Orixá com as mesmas características de um Santo católico.
Assim como Santa Ana é Avó de Jesus Cristo, Nanã é a orixá mais antiga, também conhecida como vovó Orixás. Seu domínio são as águas, e seu poder é a cura, de acordo com a cultura dos ancestrais.
A benção a todos vovôs, um salve à Santa Ana e São Joquim e Saluba Nanã.
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