O impacto do exercício no apetite tem gerado interesse crescente no campo da ciência da nutrição e fisiologia. Um recente estudo revela que mulheres podem experimentar uma redução significativa no apetite após exercícios intensos, em comparação com homens. Essa pesquisa oferece novos insights sobre como o corpo reage ao treinamento intenso e sugere que as respostas hormonais podem variar entre os gêneros.
O papel dos hormônios na sensação de fome
A sensação de fome é influenciada por diversos hormônios, sendo a grelina e o peptídeo YY os principais players nesse processo. A grelina é muitas vezes chamada de “hormônio da fome”, pois aumenta o apetite, enquanto o peptídeo YY está relacionado à saciedade. Estudos anteriores associaram exercícios físicos à diminuição dos níveis de grelina e ao aumento do peptídeo YY, prolongando a sensação de saciedade após a atividade física.
Metodologia da pesquisa
O estudo envolveu um pequeno grupo de participantes, sendo oito homens e seis mulheres. Os voluntários foram instruídos a jejuar durante a noite e realizar sessões de ciclismo em diferentes intensidades na manhã seguinte. Durante as atividades, amostras de sangue foram coletadas para medir os níveis de lactato e o apetite foi avaliado através do relato subjetivo dos participantes.
Resultados obtidos
Os dados coletados mostraram que, antes da execução dos exercícios, as mulheres apresentavam níveis mais altos de grelina total em comparação aos homens. Após as sessões de exercício intenso, as participantes do sexo feminino apresentaram uma queda acentuada na grelina acilada, indicando uma maior supressão do apetite em relação aos homens. Esse efeito de diminuição do apetite foi mais pronunciado após atividades físicas de alta intensidade do que em exercícios moderados.
Importância do exercício de alta intensidade
A pesquisa reforça que a supressão dos níveis de grelina ocorre quando o exercício ultrapassa o limiar de lactato, um ponto crítico em que a produção de lactato no sangue supera a capacidade do organismo de eliminá-lo. A autora principal do estudo, Kara Anderson, ressaltou a importância de considerar o exercício intenso como uma ferramenta estratégica na gestão do apetite, especialmente em programas de perda de peso.
Personalização na prática de exercícios
Anderson sugere que o exercício deve ser encarado como um “medicamento”, com doses ajustadas de acordo com os objetivos individuais. Essa abordagem personalizada pode otimizar os benefícios do exercício, especialmente em relação ao controle do apetite e da ingestão alimentar.