A rotina policial é marcada por um contraste permanente entre responsabilidade e humanidade. Poucos sabem, mas é comum que policiais, no afinco de prestar apoio à população, tirem dinheiro do próprio bolso, seja para comprar uma cesta básica, um brinquedo para uma criança carente ou até mesmo para consertar a viatura diante da burocracia estatal que retarda esse tipo de demanda.
Entre uma ocorrência e outra existe o peso da imprevisibilidade: um dia tranquilo pode se transformar em um dia de risco em questão de segundos. E, ainda assim, a atuação exige frieza, técnica e controle emocional. Como disse certa vez Napoleão Bonaparte: “Gênio militar é o homem capaz de tomar uma decisão mediana enquanto todos ao seu redor estão enlouquecendo.”
A maioria não sabe, mas muitos agentes passam turnos inteiros sem pausa adequada, sem hora extra remunerada e, em diversas situações, estendendo o serviço muito além do previsto para garantir a segurança da população. Daí a necessidade de um curso de formação rústico, extenso e exaustivo; é preciso estar sempre preparado para tomar a melhor decisão em momentos de crise.
Mas a vida policial é feita tanto de enfrentamentos quanto de empatia. É comum que o mesmo policial que aborda um suspeito seja também quem estende a mão a uma vítima, acalma uma criança, orienta um turista perdido ou oferece uma palavra de conforto em momentos de desespero.
Em uma sociedade onde a segurança pública se tornou tema constante, olhar para a realidade desses profissionais com mais profundidade é essencial. A farda não elimina o medo, apenas o organiza. E todos os dias, ao final do turno, o maior desejo desses homens e mulheres é simples: voltar para casa em segurança, com a sensação de dever cumprido, sabendo que, mesmo anonimamente, fizeram diferença.









