Nossa história começou com um grupo de mulheres representando diversas siglas partidárias. Unidas, abraçamos uma causa maior, comum a todas: as lutas, pautas, caminhadas, desafios e conquistas. Foi assim que nasceu o Mulheres no Poder, um movimento suprapartidário com o objetivo de apoiar os partidos políticos na organização, formação e gestão das secretarias de mulheres em cada município, além de promover e dar visibilidade às candidatas e suas plataformas políticas.
As mulheres que fazem parte do Instituto Mulheres no Poder (IMP) são chamadas de Imperatrizes. Esse título visa enaltecer a liderança e o protagonismo que precisamos que essas mulheres assumam. Pode parecer exagero, mas não é.
Primeiros passos: a pesquisa de 2020
Em 2020, realizamos uma pesquisa com as candidatas ao pleito. O foco era entender por que não elegemos mais mulheres para cargos no executivo e legislativo no Espírito Santo. O formulário foi respondido por mais de 70 candidatas, que também assinaram nossa carta aos partidos políticos, questionando a distribuição do fundo eleitoral.
As respostas dessa pesquisa nos nortearam para os primeiros passos. No final daquele ano, fundamos o Instituto Mulheres no Poder, com o propósito inicial de corrigir a falta de representatividade feminina nos espaços de poder.
Conquistas e avanços
Em 2022, eu fui candidata a deputada federal, enquanto Lourdes conduziu o Instituto. Durante esse período, entregamos a carta compromisso a todos os candidatos ao governo do Estado. A ação deu frutos, resultando na criação da Secretaria Estadual de Mulheres.
Em 2024, estamos realizando a terceira edição do projeto Elas no Poder. Desde março deste ano, eu e Lourdes, nossa vice-presidente, nos revezamos para conduzir as ações de pré-campanha e campanha. Entre os projetos em andamento estão:
- Elas no Poder
- IMP Vai aos Municípios
- Expedição Papopop – Elas no Poder
- Assinatura da Carta Compromisso com os candidatos a prefeitos.
Experiências e reflexões
Dessa vez, Lourdes foi candidata a vereadora em Santa Leopoldina. Essa experiência tem sido essencial para compreendermos melhor o processo eleitoral e consolidar a crença de que o modelo político atual não é atrativo para as mulheres.
Provavelmente, iremos revisar o regimento interno do IMP. Penso que quem estiver na diretoria do Instituto não deve se candidatar, já que a proposta do suprapartidarismo exige imparcialidade.
Antes deste processo eleitoral, acreditávamos que éramos agentes políticos buscando mudar a realidade de dentro dos partidos. Entretanto, percebemos que avançar nas políticas para mulheres dentro dos nossos partidos não teve o espaço necessário. Esse trabalho parece ser uma missão para as Secretarias Estaduais de Mulheres de cada partido.
Nosso projeto político pessoal é voltado para aumentar a representatividade feminina nos espaços de poder. Eleitas, representaríamos o IMP e todas as organizações que defendem os interesses femininos, além de outras pautas como empreendedorismo e turismo.
Desafios e números da campanha
Agora, estamos diante de uma escolha: buscar um mandato em 2026 ou permanecer na diretoria do IMP.
Vamos aos números da nossa campanha até o momento:
- Visitamos 46 municípios durante a pré-campanha e campanha.
- Temos representantes em 75 municípios capixabas e nossa meta é alcançar os 78 até dezembro de 2024.
- A Expedição Papopop – Elas no Poder visitou 17 municípios.
- Em 19 municípios, candidatos a prefeitos assinaram a carta compromisso com o IMP.
- Tivemos 180 candidatas a vereadoras e vice-prefeitas inscritas no projeto Elas no Poder, sendo 165 capixabas e 15 de outros estados.
- Alcançamos 8 estados onde já temos representantes do IMP e em breve abriremos núcleos estaduais.
Resultados nas eleições
Sobre as eleições, somos o último estado em número de prefeitas eleitas. Em 2020, tínhamos duas prefeitas eleitas e permanecemos com duas: saiu a prefeita de Boa Esperança, Fernanda Milanese, e entrou a de Montanha, Iracy Baltar. Ana Malacarne, prefeita de São Domingos do Norte, foi reeleita.
O número de vereadoras eleitas aumentou de 94 para 108, representando um crescimento de 10% para 12,4%. Além disso, elegemos 6 vice-prefeitas.
Ainda faremos uma pesquisa interna para avaliar o êxito do projeto Elas no Poder e identificar pontos de melhoria. No entanto, já posso afirmar que o Instituto realizou um trabalho excelente, superando as expectativas.
Estamos completando quatro anos de existência, sendo que estamos formalizados há um ano. Sem patrocínio formal, as próprias Imperatrizes têm custeado as despesas.