Nesta sexta-feira (29) é comemorado o Dia Mundial do Coração. A data lembra que manter hábitos saudáveis é uma das mais importantes medidas de prevenção à saúde do coração. O cuidado com um dos principais órgãos do corpo humano, deve ser seguido em todas as faixas etárias, desde a infância.
Segundo explica o médico cardiologista e referência técnica da Gerência de Políticas e Organização de Redes de Atenção à Saúde (Geporas), da Secretaria da Saúde do Espírito Santo (Sesa), Aldo Lugão de Carvalho, o coração é um órgão vital e o mau funcionamento dele compromete todo o organismo.
“Sabemos que o acometimento de uma doença cardiovascular é multifatorial e que as doenças do coração são muito graves, por isso precisamos sempre destacar a importância da prevenção. A prevenção de uma doença cardíaca pode ser iniciada desde muito jovem, mantendo hábitos saudáveis ao longo de toda vida”, ressaltou Aldo Lugão de Carvalho.
A preocupação se dá, especialmente, uma vez que as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte nas Américas, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). No Espírito Santo, elas foram as principais causas de morte em 2022 e, segundo dados preliminares do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), seguem como a principal causa também em 2023.
O cardiologista pontuou ainda que parte do cuidado da população com o coração está também na atenção ao diagnóstico precoce de doenças e o acompanhamento correto do tratamento, quando elas são identificadas.
“O diagnóstico precoce de problemas cardiovasculares, com um estilo de vida saudável, possibilita melhores tratamentos e o controle mais rígido das doenças relacionadas ao coração. Lembrando que as doenças cardiovasculares podem se agravar ao longo dos anos, se não forem corretamente tratadas”, disse Carvalho.
Ele ressalta que, apesar de as doenças do coração manifestarem, na grande maioria, na vida adulta, é na infância que têm início os processos como aterosclerose, que é uma doença inflamatória crônica causada pelo acúmulo e gordura e, consequentemente, inflamação da parede dos vasos sanguíneos.
“Independentemente da idade, é ideal que busquemos para o nosso dia a dia a prática de atividade física regular, a redução do estresse e uma alimentação saudável, além do controle do colesterol. São hábitos que precisamos reforçar para mantermos a saúde do coração adequada e assim reduzir consideravelmente as internações e os óbitos”, explicou o médico.
Cuidados essenciais para evitar doenças do coração
Confira alguns cuidados que são essenciais para a saúde do coração e que podem ser realizados por toda a população:
- Tenha uma alimentação saudável;
- Controle a pressão arterial e o colesterol;
- Realize atividades físicas regularmente;
- Evite hábitos nocivos, como o tabagismo;
- Realize exames periódicos;
- Reduza o estresse do dia a dia.
Dados das doenças cardiovasculares no Estado
No Espírito Santo, as doenças do aparelho circulatório, ou cardiovasculares, representam a segunda principal causa de internação pelo Sistema Único de Saúde (SUS), segundo o Sistema de Informações Hospitalares (SIH). Elas ficam atrás apenas de internações por Causas Externas, como acidentes e violências.
Em 2022, durante todo o ano, foram 30.078 internações por doenças do coração. Uma média de 82 internações por dia. Em 2023, de janeiro a julho, somam 17.059 internações.
A insuficiência cardíaca e o infarto agudo do miocárdio são as principais causas de internação pelas doenças cardiovasculares, respectivamente, no Espírito Santo.
Em relação aos óbitos, as doenças cardiovasculares se configuram a principal causa de morte no Estado neste mesmo período. Em 2022, foram 7.618 óbitos durante todo o ano. O ano 2023, até o início de agosto, somou 3.582 óbitos. Os dados, ainda preliminares, são do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM).
O infarto agudo do miocárdio, mesmo sendo a segunda principal causa de internação quando se fala em doenças cardiovasculares, merece uma atenção especial. É a doença que mais leva os capixabas ao óbito. Em 2022, foram 1.993 óbitos por infarto. Neste ano, até início de agosto têm-se 824 óbitos.
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