Um estudo realizado pelo Instituto Cactus em parceria com a AtlasIntel trouxe à tona uma preocupante realidade sobre a saúde mental dos jovens brasileiros entre 16 e 24 anos. Os resultados mostram que esse grupo é altamente impactado por questões relacionadas à saúde mental, resultando em baixa autoestima, isolamento social e até conflitos familiares.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (4), como parte do Panorama da Saúde Mental, uma ferramenta de monitoramento desenvolvida pelas entidades para avaliar a situação da saúde mental no país. O estudo foi realizado por meio de um questionário online, com aproximadamente 44% dos participantes sendo da região Sudeste do Brasil.
Luciana Barrancos, gerente executiva do Instituto Cactus, ressalta a importância de compreender o comportamento e as preocupações únicas dos jovens quando se trata de saúde mental, já que a adolescência é um período de mudanças sociais e de descobertas.
O estudo utilizou o índice Cactus-Atlas de Saúde Mental (iCASM), que permitiu aos participantes responder perguntas sobre confiança, vitalidade e foco, e expressar suas experiências em uma escala de 0 a mil. O grupo de jovens entre 16 e 24 anos obteve uma média de 534 pontos no iCASM, abaixo da média nacional de 635 e o menor índice na categoria “idade”.
Além disso, a pesquisa revelou que a maioria dos jovens entrevistados relatou ter se sentido feio ou pouco atraente em pelo menos uma ocasião nas últimas duas semanas, com 73% também se sentindo pouco inteligentes e 45% evitando sair com amigos durante esse período.
Essas percepções negativas estão associadas a questões importantes de saúde mental, como baixo interesse e prazer nas atividades diárias (80%), sensação de cansaço e falta de energia (90%) e conflitos com a família (70%).
No entanto, o estudo também mostrou que os jovens utilizam mais psicoterapia em comparação com outros grupos (7,6% contra 5,1%), mas menos medicamentos de uso contínuo (9,4% contra 16,6%).
Condições de saúde mental
Um estudo anterior do Instituto Cactus ressaltou que 50% das condições de saúde mental começam até os 14 anos de idade e 75% até os 24 anos, destacando a importância de abordar e cuidar da saúde mental dos jovens desde cedo.
Rafaella Rosado, de 24 anos, que lida com problemas de saúde mental há uma década, compartilha sua experiência e destaca a falta de preparo da sociedade brasileira para lidar com a transição da adolescência para a vida adulta.
Esses resultados apontam para a urgência de ações que abordem a saúde mental dos jovens e forneçam suporte e atendimento adequado para essa faixa etária vulnerável. A compreensão e a busca por soluções são fundamentais para auxiliar os jovens a enfrentar os desafios emocionais dessa fase de suas vidas. Com informações do Terra.