O cultivo de plantas em jardins virou hábito recorrente, sobretudo entre quem procura um espaço elegante e aconchegante. Pouca gente sabe que estudos científicos demonstraram a capacidade de determinadas espécies em captar partículas de ouro presentes no solo. Um exemplo citado é a Pteris vittata, conhecida como samambaia chinesa.
Considerada apta à bioacumulação, essa planta tem sido aplicada em projetos-piloto voltados à mineração sustentável. Apesar de grande parte da pesquisa focar na remoção de arsênio, ela revela potencial para concentrar outros metais nobres em sua estrutura. Embora surpreendente, o fenômeno é explicado pela fitomineração, processo que permite a certas plantas retirar metais preciosos do solo.
Na prática, diferentemente da mineração convencional, que demanda altos investimentos e provoca impactos ambientais substanciais, a fitomineração apresenta baixo risco de dano. Em termos simples, trata-se da habilidade natural de algumas plantas em absorver partículas metálicas mesmo em áreas pequenas.
Assim, em vez de escavar grandes volumes de terra e comprometer ecossistemas, os cientistas investigam espécies capazes de concentrar metais nas raízes e redistribuí-los para folhas e caules. Convém ressaltar, porém, que essa técnica não costuma gerar quantidades significativas, pois trata-se de concentrações muito reduzidas, essencialmente traços de ouro.
É possível cultivar essas plantas em casa?
Embora a notícia desperte dúvidas sobre o cultivo doméstico dessas espécies, é importante compreender o funcionamento da fitomineração. Para que uma planta acumule ouro, é necessário que o solo onde ela cresce contenha comprovadamente o metal.
Confira as espécies que apresentam as características:
- Brassica juncea (mostarda-indiana): considerada a mais eficaz na absorção de ouro quando assistida por tratamentos químicos;
- Eucalyptus marginata (eucalipto): registra acúmulo de partículas de ouro nas folhas em solos auríferos da Austrália;
- Pteris vittata (samambaia chinesa): alvo de estudos para extração de arsênio e também avaliada em testes com metais nobres.
Como acontece o processo de fitomineração?
O procedimento difere da mineração tradicional, que afeta diretamente o solo e pode degradar as áreas ao redor. O ouro incorporado pelas plantas não aparece em forma de pepitas visíveis, mas sim como nanopartículas distribuídas nos tecidos vegetais. Quando a biomassa concentra metal em quantidade suficiente, essas plantas são colhidas para processamento.
Nesse estágio, pesquisadores costumam empregar a incineração para reduzir a biomassa a cinzas mais ricas em ouro. Em seguida, as cinzas são submetidas a tratamentos metalúrgicos para isolar o metal precioso em estado puro. Além de viabilizar a extração, a fitomineração traz vantagens ambientais importantes, como a conservação do solo.








