VOLTA ECOLÓGICA DEFENDE OS MANGUEZAIS DE VITÓRIA
Evento reúne ativistas em observação ambiental, retirada de lixo e ações de conscientização

A mobilização deste ano
A 7ª Volta Ecológica da Baía de Vitória reuniu na manhã de 30 novembro de 2025, embarcações, organizações ambientais e voluntários. O percurso teve aproximadamente 32 km, distância calculada com base em medições no Google Maps devido à falta de dados oficiais.
O evento, promovido pelo Instituto Guardiões do Riomar, buscou identificar pontos críticos de poluição, avaliar o estado dos manguezais e reforçar a importância de ações permanentes de recuperação ambiental.


Segundo o ambientalista e organizador do evento, Alberto Pêgo, a iniciativa parte da necessidade de manter viva a observação direta do território:
“O objetivo é incentivar a navegação em torno da ilha de Vitória, para que seja conhecida a situação em que ela se encontra. Segundo os dados, esse aqui é um dos maiores manguezais urbanos do planeta. Tem muito esgoto que é lançado nos rios que têm a Baía de Vitória como seu local de foz”, afirmou.


O ambientalista destacou, ainda, a importância da continuidade do evento:
“Fazer com que esse percurso seja feito todo ano. O que a gente espera é que, com o incentivo à navegação, mais pessoas possam contribuir para que as autoridades públicas façam nos rios, não só obras de bombeamento de águas pluviais, mas obras de tratamento de esgoto”, disse o ambientalista.


O percurso e as áreas observadas
As embarcações partiram às 8h da Marina 5 Pontes, em São Torquato. Passaram pela Terceira Ponte, Ilhas do Boi e do Frade, Píer de Iemanjá, Ponte Ayrton Senna e Ponte da Passagem.


O grupo observou áreas sensíveis de manguezal, como nos bairros Joana D’Arc, Maria Ortiz e nas margens da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).
A navegação avançou até a foz do Canal dos Escravos, conhecido pela relevância histórica e ambiental, mas também por relatos de poluição. O percurso é estreito, com cerca de 6 a 10 metros de largura.

Foto: Tony Silvaneto

Foto: Tony Silvaneto
Após cerca de 3 km de ida e volta, o grupo retornou ao Canal da Ilha de Vitória, trecho em que as margens chegam a 1,5 km. Alcançou as áreas próximas à Ilha das Caieiras, Santo Antônio, Cais do Avião e Sambão do Povo, até chegar ao Píer do Parque Tancredão.
Ações conjuntas de conscientização e limpeza
No Tancredão, os participantes foram recebidos por crianças e jovens do Clube Desbravadores, que atuam, desde 2015, em parceria com o Instituto Guardiões do Riomar, em ações de defesa do meio ambiente.


O coordenador regional dos Desbravadores, Erasmo Gazolli, explicou que a participação no evento vai além da retirada de resíduos:
“O nosso primeiro objetivo com as ações ambientais é a educação das crianças e adolescentes. O segundo objetivo é a conscientização das pessoas que observam as ações. O terceiro objetivo é a limpeza do ambiente marinho”, informou.


A chegada das embarcações da Projeto Mangue Limpo, coordenada pelo pescador Alexandre Rosa, marcou o momento mais impactante da ação. Em conjunto, as crianças e jovens Desbravadores formaram uma corrente humana para descarregar sacolas pretas cheias de resíduos secos recolhidos no mangue.

Foto: Tony Silvaneto

Foto: Tony Silvaneto
Alexandre Rosa destacou o caráter colaborativo da mobilização:
“Uma parceria com os Guardiões do Rio Mar, 7ª Volta Ecológica da Baía de Vitória, viemos somar forças com eles. Junto com os Desbravadores que também participam, já fazem esse trabalho”, declarou o pescador.

Demandas ambientais e expectativas dos organizadores
Para Alberto Pêgo, a Volta Ecológica tem um papel claro de transformação social. Afirma que não é uma causa em vão. As pessoas que conhecem despertam para o aspecto fundamental da proteção ambiental, através da ações estruturadas e de conscientização.
“Quem participa de uma volta como essa que a gente faz nunca fica igual ao que era antes. A pessoa sai transformada. As pessoas entendem que realmente é algo necessário e que tem que ser feito”, disse.


O ambientalista reforçou que o Espírito Santo tem condições técnicas e financeiras de ampliar o tratamento de esgoto, mas falta ação pública:
“Quando a sociedade descobre que tem essa pauta para defender, os políticos vão atrás, mas a população tem que sinalizar. Nós estamos precisando fazer com que mais políticos abracem a causa. E para fazer isso, nós temos que fazer os eleitores desses políticos também abraçarem a causa”, afirmou.
Os Guardiões do Riomar esperam que o crescente engajamento favoreça pressões institucionais para combater ligações clandestinas de esgoto, controlar resíduos, revitalizar rios urbanos e recuperar os manguezais da Grande Vitória.

Continuidade e próximos passos
Após a parada no Tancredão, as embarcações retornaram à Marina 5 Pontes, encerrando o percurso. Com base nas observações e registros ambientais coletados, os organizadores pretendem consolidar relatórios, ampliar parcerias e fortalecer ações permanentes de monitoramento e intervenção ambiental na Baía de Vitória.
Pêgo resume o espírito da iniciativa:
“Vamos manter a chama acesa.”








obrigado tudo ,foi uma honra poder participar mais uma vez desta volta ecológica da baia de vitória e parabéns aos idealizadores deste evento,qualidade e escelencia na produção