A difusão da cultura sul-coreana, impulsionada pelo K-pop, pelos doramas e pela estética impecável de seus artistas, vem transformando a maneira como os brasileiros cuidam da pele. A procura pela chamada glass skin, um aspecto luminoso e sem imperfeições, tem orientado novas escolhas de produtos, técnicas e até protocolos clínicos no país.
A dermatologista especializada em estética, Vanessa Penteado, afirma que o interesse não se limita aos cosméticos coreanos; inclui também a filosofia de cuidado típica do K-beauty. Um dos pilares desse ritual é a adoção rigorosa da proteção solar, ponto especialmente relevante em um país tropical como o Brasil, onde os índices de câncer de pele relacionados à radiação UV permanecem elevados.
Rotina profissional e frequência de acompanhamento
Durante uma imersão em clínicas na Coreia do Sul, Vanessa observou que a rotina estética local prevê consultas dermatológicas mais frequentes, em média a cada três meses, enquanto no Brasil esse acompanhamento costuma ocorrer apenas anualmente. A especialista destaca que essa relação mais contínua com a saúde da pele reflete diretamente na qualidade dos resultados.
Outro diferencial do modelo asiático é o foco em procedimentos regenerativos, como a aplicação de PDRN, um composto derivado do DNA purificado do salmão que estimula o reparo celular, e o uso de exossomos, complexos proteicos que auxiliam na renovação da pele. Segundo a médica, essas tecnologias já estão disponíveis no Brasil, embora ainda não tenham a mesma difusão em Seul.
A profissional ressalta que, ao contrário do que se vê no Ocidente, a tendência coreana prioriza técnicas que reposicionam a pele em vez de preenchê-la. Fios de sustentação, radiofrequência monopolar, ultrassom microfocado e lasers de alta precisão são recursos amplamente utilizados para manter a firmeza facial sem comprometer a naturalidade das expressões.







