1. Introdução: O Cenário do Templo — João 2:13–25
Jesus chega ao templo e vê:
- comércio,
- exploração,
- dinheiro como foco,
- desonra na casa do Pai.
Ele faz um chicote, expulsa os mercadores, vira as mesas e declara:
“Parem de fazer da casa de meu Pai um mercado!”
Os discípulos se lembram:
“O zelo pela tua casa me consome.” (Salmo 69)
Mais tarde, no mesmo Evangelho de João, vemos esse mesmo Jesus sentado à mesa com Judas e com Pedro:
“Tendo amado os seus… amou-os até o fim.” (João 13:1)
É esse Jesus — amor e verdade, mansidão e firmeza — que se revela aqui.
2. A Cena “Inimaginável”
Quando pensamos em Jesus, imaginamos:
- olhar doce,
- compaixão,
- mansidão,
- acolhimento.
Mas João nos mostra:
Um Jesus corajoso, que no início do ministério — logo após chamar os discípulos para segui-lo e logo após o seu primeiro milagre em Caná da Galileia — encontra o templo sendo profanado.
E não pensou duas vezes!
Se fosse hoje, teríamos:
- vídeos e fotos viralizando na internet,
- stories bombando,
- escândalo e manchetes:
“Jesus causa confusão no templo!”
Mas Jesus não está interessado em agradar homens.
O que Ele nos ensina quando vira as mesas?
Lição 1 — Há momentos em que não teremos tempo para explicar
- Pecado é pecado.
- Desonra é desonra.
- Bagunça espiritual é bagunça espiritual.
E muitas vezes:
- não dá para negociar,
- não dá para relativizar,
- não dá para “conversar depois”.
É hora de virar a mesa.
O Salmo 69 ecoa:
“O zelo pela tua obra me consome.”
Limpar o templo é urgente.
Lição 2 — Nem sempre responderemos o que as pessoas querem ouvir
Os líderes perguntam:
“Dá-nos um sinal!”
Eles queriam milagres. Jesus queria verdade.
Jesus enxerga motivações:
- Ele sabe o que está no coração,
- Ele conhece intenções,
- Ele discerne pensamentos.
Jesus não trabalha para impressionar, mas para transformar.
Lição 3 — Uma casa vazia é uma casa vulnerável
Jesus expulsa — mas também ensina sobre preencher.
Em Mateus 12 e Lucas 11:
- O espírito mau sai,
- A casa fica limpa e arrumada… mas vazia,
- Ele volta com outros sete piores,
- O estado final torna-se pior que o início.
Não basta limpar; é preciso ocupar.
- A mesa precisa da presença de Jesus.
- A mesa precisa do reconhecimento da necessidade de tratamento físico e espiritual.
1. Vire a mesa do VITIMISMO → pela mesa do AUTOCONHECIMENTO (espírito, alma e corpo)
1 Coríntios 6:19–20 e 1 Coríntios 3:16–17 dizem que somos templo do Espírito Santo.
Muitas das nossas dores vêm:
- da falta de conhecimento das nossas estruturas,
- da desistência de nós mesmas, da teimosia e do orgulho que nos impedem de buscar tratamento,
- da permanência em mesas de vitimismo,
- da falta de ferramentas que nos ajudam a avançar.
“Eu nasci assim, vou morrer assim.” — Síndrome de Gabriela.
Mas quando você entende que carrega a presença de Jesus — e que antes de conhecerem sua essência, veem primeiro sua “embalagem” — uma chave vira.
Fiquei 15 anos cuidando com zelo do espírito e da alma, mas negligenciando o corpo.
Salmo 69 não era uma realidade na minha história — até eu virar a mesa do vitimismo disfarçado de espiritualidade.
A substituição exige decisão:
- da rebeldia para a disciplina — e isso é mais fácil quando não caminhamos sozinhas.
Virei a mesa!
Fui ao médico, terapia, vou arrastada para a academia.
Tudo isso são ferramentas que nos ajudam a virar a mesa do vitimismo e aceitar o convite de Jesus para sentar numa mesa redimida:
- de filha amada,
- de alguém que é parte de um Reino,
- de mulheres chamadas a ser Ester na nossa geração.
Pecado confessado é pecado perdoado.
Mas quem vai me ajudar a nunca mais voltar para essa mesa?
Porque não é sobre peso ou aparência — é sobre responsabilidade com o chamado.
- Não posso aceitar ser guiada pela ansiedade ou por qualquer enfermidade. Se tenho, vou buscar cura.
- Preciso ser guiada pelo Espírito Santo e exalar todas as essências do fruto do Espírito: não só mansidão e paciência, mas também domínio próprio.
2. Vire a mesa da NEGLIGÊNCIA → pela mesa do DE VOLTA PRA CASA
Não é sobre copiar modelos, mas sobre discernir o chamado.
- Somos nós que pastoreamos nossos filhos. (Não terceirize para líderes.)
- Meninos precisam de exigência e ensino. Precisam aprender a ser homens.
- Meninas precisam de proteção e discernimento.
Volte para casa, mães — vire a mesa da negligência.
3. Vire a mesa da DOR → pela mesa do CHAMADO
Lia, esposa de Jacó, um dia entendeu que o lugar da dor era apenas uma escada para o seu chamado.
Cada filho representava uma dor — e no quarto ela vira a mesa:
“Meu filho chamará Judá.”
Judá significa gratidão:
“Desta vez eu louvarei ao Senhor!”
Quando Lia vira essa mesa, entra profeticamente na genealogia do Messias.
De Judá vem Davi.
De Davi vem Jesus.
Que virada de mesa poderosa!
O caminho do chamado:
- não é romântico,
- exige limites,
- requer maturidade,
- começa com coragem:
“Eis-me aqui, Senhor.”
Quando você entende que sua dor é a porta do seu chamado, tudo muda — e a nova mesa se chama:
Mesa da Gratidão.
4. Vire a mesa da MALEDICÊNCIA → pela mesa da CONEXÃO E COMUNHÃO
A Bíblia diz que Deus detesta a maledicência…
Mas “e se for verdade?”
Não existe “mas” na Bíblia.
- Busque a verdade com conversa olho no olho,
- com amor e verdade.
Nem toda mesa é conexão — algumas são travessia.
Barnabé é o exemplo:
- uma ponte,
- alguém que abre portas,
- que ajuda e segue,
- que não prende ninguém a si,
- um amigo que caminha de mãos dadas com a maturidade; que pode até se entristecer com Paulo, mas segue mentoreando João Marcos — que, no futuro, seria útil ao próprio Paulo.
Barnabé insiste e não desiste de pessoas.
Ele tem chamado para construir pontes, não muros.
5. Vire a mesa da FALTA DE PERDÃO → pela mesa da HONRA
Neemias 1–2:
- fez da sua dor uma intercessão,
- na sua angústia, o jejum foi seu alimento,
- fez das lágrimas um propósito de restauração.
Foram quatro meses de oração antes de falar com o rei.
Meu Deus… eu não conseguiria.
“O ferido reage; o curado discerne.”
- A graça é mais profunda que a mágoa.
- A misericórdia é mais forte que o orgulho.
- O perdão é mais duradouro que qualquer ferida.
- A honra restaura.
- O perdão liberta.
- A graça transforma mesas de dor em mesas de honra.
Que nossas mesas sejam moduladas pela Graça de Deus.
Que nossas lentes de amizade sejam as lentes de Jesus.
Não sofra por ter virado algumas mesas.
Não se culpe.
Se você errou, caiu, passou da medida, peça perdão e ocupe a sua mesa com a graça de Deus.
E lembre-se:
- Você verá pecado, desonra e falta de caráter em muitas mesas.
- Terá vontade de virar mesas alheias.
Mas o convite de Jesus é:
“Não tente limpar o templo do outro, limpe o seu.”
Jesus era judeu; Ele não foi limpar templos do budismo, nem do paganismo romano.
Ele limpou o templo do seu Deus, da sua própria religião.
E hoje, o templo somos nós.
- Não devemos querer limpar o templo do outro.
- Precisamos limpar a nós mesmas.
Não adianta tentar enganar Jesus — Ele conhece:
- o que pensamos,
- o que sentimos,
- nossas intenções,
- nossas motivações…
E ainda assim nos ama até o fim.
O recado dEle para nós hoje é:
Cuide da sua saúde física e emocional — nem tudo é culpa do inimigo.
Há coisas que exigem posicionamento nosso.
Sente-se em mesas que honram o nome do Senhor.
Aceite ser ajudada por Barnabés.
Não importa quantos seguidores você tem, quantos livros vai escrever ou se viverá uma história no secreto.
Há pessoas chamadas para expansão — apóstolos, evangelistas — e, mesmo assim, elas não se perderão.
Outras viverão a santidade no secreto, e enquanto o diabo pensa que estão “quietinhas”, elas fazem um estrago no inferno.
Que o contrário não aconteça conosco:
- sermos uma pessoa no púlpito
- e no secreto termos segredos que envergonham a santidade de Jesus.
Cada uma com seus talentos e habilidades.
Todas filhas amadas e convocadas para uma grande missão.
Não tenhamos pressa de ver milagres, como os judeus cobraram de Jesus.
Mas tenhamos pressa de virar mesas que o céu não nos autoriza a sentar.
No “Mães em Oração”, vivemos:
- o ano do “Volte pra casa”,
- o ano do “Posicionamento para gerações”,
- o ano da “Honra”.
E esta noite traz o convite de Jesus para vivermos o ano da Aliança — e só vive a aliança quem tem maturidade.
Maturidade para olhar para alguém que pensa diferente, que toma decisões que você não tomaria, e ainda assim dizer:
“Posso não concordar com você. Talvez não consiga sentar na sua mesa.
Mas vou te amar até o fim.”
Esse é o Evangelho de Jesus.
João 13:1–3 (NAA)
“Antes da Festa da Páscoa, sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim. Sabendo que o Pai tinha confiado tudo às suas mãos, e que Ele tinha vindo de Deus e voltava para Deus…”
