A COP30 acabou, mas a luta por justiça climática não. Ainda precisamos falar de greenwashing, de como combater as crises climáticas, de ouvir os povos que realmente cuidam das florestas e porque a COP em si não foi suficiente. Sobre este último, vale ressaltar que o problema não é existir várias COPs que reúnem os países para debater a pauta climática, o problema é esse evento virar um balcão de negócios para as empresas limparem seus nomes de toda desgraça que fazem no meio ambiente. Resumindo, o lobby das indústrias, sejam elas brasileiras ou internacionais, é o que atrasa o debate e o avanço nas pautas climáticas, porque o foco dessas empresas e lobistas não é a VIDA, é o LUCRO!
No episódio 8, do podcast Planeta A, a convidada professora Fabiana Furtado fala sobre como “O capitalismo verde é uma farsa”. Uma das falas dela e que abre um carrossel do @planetapodcast é: “Grande parte dos debates das COPs não são sobre salvar a vida, mas sim sobre como salvar os bancos e o capitalismo”.
Prova de que a preocupação dessa COP30 (e de outras) é com os bancos e com o capitalismo, é que os povos originários, ribeirinhos e quilombolas não tiveram plena abertura e protagonismo nos debates. Além disso, uma investigação da DeSmog e do The Guardian mostrou que mais de 300 lobistas do agronegócio estavam na COP30 (Florestal_brasil), “um aumento de 14% em relação à COP29”. Ainda sobre a notícia da investigação, esses representantes eram “[…] da pecuária industrial, soja grãos e agroquímicos […]. 77 lobistas fazem parte de delegações oficiais de países, e 6 têm acesso privilegiado às salas de negociação da ONU, onde ocorrem as decisões mais sensíveis”. Teve lobistas dos setores da carne e laticínios, do setor de pesticidas e fertilizantes sintéticos, dos setores de processadores de alimentos, varejistas, tradings, empresas de sementes, biocombustíveis e grandes associações agrícolas. Vale a pena ler a notícia completa e conferir a investigação de quem representou países e empresas que lucram com a destruição do planeta. Replico ainda que “a denúncia ecoa um ponto que vem sendo repetido pelos povos da floresta durante toda a conferência: não há justiça climática se quem mais lucra com a destruição ocupa mais espaço do que quem mais protege a terra”.
Nos últimos dias da COP não faltaram contradições, que estavam presentes desde o pré-COP. Seja do incêndio que atingiu a Blue Zone, por instalações elétricas que deram defeito, pelo polêmico investimento do governo da Alemanha para o fundo global de florestas que rendeu elogios e críticas, dependendo do jornal que for ler, ou da cooptação da COP e do Aldeia COP pelo governador Helder Barbalho, que tem projeto para destruir o Pedral do Lourenço, que fechou acordos com a Hydro, mas nas fotos se faz amiguinho dos povos originários.
Para completar nosso bingo do lobby das indústrias, a mesma estrutura que queimou no penúltimo dia de COP30, teve investimento de R$980 milhões da Vale. Nem vou citar os crimes de Mariana e Brumadinho, mas é a mesma Vale que transformou “dívida bilionária com o Pará em publicidade na COP30” (Sumaúma) e que emitiu uma nota de repúdio para o jornalista que questionou sobre o acordo com o governador Helder Barbalho, “sobre o tamanho da dívida da Vale com o Estado do Pará e sobre o uso de uma estrutura pública pra fazer propaganda privada” (@adrianowilkson).
Já sabemos que “A Resposta Somos Nós”, são os povos que realmente protegem as nossas florestas, que nossa organização junto à esses povos possa finalmente colocar as pautas prioritárias em vigor:
- O fim da mineração e da exploração de combustíveis fósseis;
- Financiamento climático com acesso direto e menos burocracias para os moradores dos territórios;
- Proteção dos defensores da floresta;
- Desmatamento zero.
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Pontos destacado e vídeo por: @amazoniavox; @marinadisse; @pivide_kumaru









