5 de dezembro de 2025
sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Ocitocina: mais do que o ‘hormônio do amor’, é o hormônio da humanidade

Lembra daquela sensação de bem-estar depois de um abraço apertado, um beijo caloroso ou um sorriso verdadeiro entre amigos? Além de serem manifestações sociais, esses gestos provocam alterações benéficas na química cerebral por meio da ocitocina, chamada popularmente de “hormônio do amor”. Além das respostas físicas ao afeto, essa substância indica que os vínculos são fundamentais para a saúde humana.

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A ocitocina é um hormônio e neurotransmissor sintetizado no hipotálamo e liberado pela neuro-hipófise. Além de influenciar o cérebro, modulando emoções, comportamentos sociais e a reação ao estresse, atua no corpo, participando das contrações uterinas no parto, da ejeção do leite durante a amamentação e da sensação de prazer nas relações sexuais.

Esse neurotransmissor também favorece sentimentos de confiança, segurança e apego, reforçando condutas sociais e empáticas graças à sua atuação na amígdala (processamento emocional e memória), no córtex pré-frontal (funções executivas) e no núcleo accumbens (sistema de recompensa e prazer).

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A endocrinologista Samille Frota Monte Coelho esclarece que o apelido atribuído à ocitocina vem de seu envolvimento em episódios de conexão física e afetiva, como o toque, o abraço, o orgasmo, a amamentação e o contato entre mãe e bebê, já que a substância fortalece laços, promove sensação de pertencimento e favorece o estado de calma.

A especialista ressalta que não se trata de um hormônio exclusivo do amor romântico, mas sim do hormônio da conexão humana, presente em abraços familiares, em momentos com amigos, em beijos entre apaixonados e no vínculo entre mãe e bebê, sendo essencial em qualquer relação significativa.

Segundo a especialista, a ocitocina funciona como um “lubrificante social”: em níveis adequados, facilita a leitura emocional do outro, reduz a ansiedade social e aumenta a empatia, beneficiando relacionamentos íntimos, amizades e a convivência coletiva, e contribuindo para a manutenção de vínculos saudáveis.

Entre abraços

O modo como esse neurotransmissor opera pode ajudar a entender por que, em situações de tensão, um abraço muda o estado de ânimo e alivia a sensação de aperto no peito. Liberada após o toque e o suporte social, a ocitocina estimula o sistema nervoso parassimpático, contribuindo para a redução do cortisol, o hormônio do estresse, a diminuição da pressão arterial, o relaxamento e a sensação de segurança.

Portanto, vínculos afetivos saudáveis e interações positivas exercem um efeito protetor biológico, auxiliando a recuperação do corpo e da mente diante do estresse.

As maneiras de incentivar a produção e liberação do chamado hormônio do amor são simples e prazerosas, representando práticas de autocuidado que também cuidam do outro. A especialista aponta algumas formas:

  • toque físico e abraços, sobretudo com quem se tem vínculo;
  • contato visual e interações sociais positivas;
  • atos de bondade, empatia e gratidão, que ativam circuitos de confiança;
  • atividade física leve, como caminhada e práticas de yoga;
  • meditação e respiração consciente;
  • contato com animais de estimação, que eleva os níveis de ocitocina em ambos.

Por meio do contato, do toque e do carinho, a ocitocina evidencia que os seres humanos são biologicamente inclinados ao vínculo, mesmo em um ritmo de vida acelerado e na presença constante de tecnologias que reduzem o olhar face a face.

Esse hormônio funciona como um lembrete químico de que a conexão é uma necessidade fisiológica, não apenas emocional. Cuidar das relações, com os outros e consigo mesmo, configura, portanto, uma forma de autocuidado hormonal e emocional. Mais do que o “hormônio do amor”, a ocitocina é o hormônio da humanidade.

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