O deputado federal Kim Kataguiri (União-SP) protocolou representações na Procuradoria-Geral da República (PGR) e no Tribunal de Contas da União (TCU) para apurar supostas irregularidades relacionadas a vazamentos ocorridos durante a elaboração do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025. Além disso, o parlamentar encaminhou pedido formal para que o ministro da Educação, Camilo Santana, seja convocado a prestar esclarecimentos no plenário da Câmara dos Deputados.
Convocação e pedidos de investigação
Nos requerimentos, Kim afirma: “A situação é gravíssima.” Segundo o documento, não se trata apenas de um erro administrativo, mas de um possível comprometimento de um exame nacional que envolve recursos públicos significativos, mobiliza milhares de servidores e influencia diretamente o futuro acadêmico de milhões de estudantes.
O deputado exige que o ministro explique a origem e a extensão do eventual vazamento, detalhe as falhas de segurança detectadas, informe as providências já adotadas pelo Ministério da Educação e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), esclareça o impacto sobre a correção, as notas e os resultados dos candidatos, e apresente garantias de que episódios semelhantes não se repetirão.
Denúncias e anulação de questões
Na terça‑feira, 18, participantes do Enem relataram suspeita de vazamento após um professor do Ceará supostamente ter antecipado questões aplicadas no domingo, dia 16. Ainda na mesma data, o Inep anulou três questões do Enem 2025 ao identificar itens semelhantes.
Uma das questões divulgadas aborda a fotossíntese oxigênica, cuja alternativa correta indicada é “água”, tanto na escrita atribuída ao professor quanto na versão oficial do exame. Outro item trata do parcelamento de uma compra de R$ 60 mil em seis vezes; o enunciado do exame oficial é semelhante e usa exatamente os mesmos valores.
Na quarta‑feira, 19, o Inep solicitou à Polícia Federal que investigue a conduta e a autoria da transmissão ao vivo nas redes sociais que divulgou as questões.
Para o parlamentar, o episódio exige apuração rigorosa: mesmo um vazamento parcial no principal exame educacional do país representa, no mínimo, um forte indicativo de falha grave na gestão e nos mecanismos de segurança do Inep, afirma Kim.







