5 de dezembro de 2025
sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Falha no WhatsApp permitia identificar os celulares de todos os usuários

Pesquisadores da Universidade de Viena identificaram uma falha no mecanismo de busca do WhatsApp que, durante anos, permitiu a coleta em larga escala dos números de celular dos usuários.

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A vulnerabilidade, segundo o estudo divulgado, expôs dados básicos de até 3,5 bilhões de contas, número superior aos 2 bilhões informados oficialmente pelo WhatsApp.

A brecha estava no recurso que permite iniciar conversas com contatos não salvos na agenda. Sem limite para consultas sucessivas, a equipe conseguiu executar até 7.000 buscas por segundo, sem qualquer bloqueio da plataforma.

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De acordo com a pesquisa, além de identificar quais números estavam ativos, também foi possível acessar fotos de perfil e frases de status de grande parte desses usuários. As mensagens trocadas, porém, permaneceram protegidas pela criptografia de ponta a ponta.

“Censo do WhatsApp”

Entre dezembro de 2024 e abril de 2025, os pesquisadores utilizaram um software próprio para se comunicar diretamente com os servidores do WhatsApp, testando 63 bilhões de combinações de números em 245 países e contemplando variações de formatação, como o dígito 9 acrescentado no Brasil.

Apesar do elevado volume de consultas, a plataforma não bloqueou os endereços IP nem impôs limites de taxa, o que permitiu mapear contas ativas em todo o mundo.

Com os dados coletados, foi elaborado um levantamento global. Segundo o estudo:

  • O Brasil tem 206 milhões de usuários ativos, sendo o terceiro maior mercado do aplicativo.
  • Sessenta e um por cento dos brasileiros tiveram suas fotos de perfil identificadas.
  • 81,4% utilizam Android e 18,6% usam iPhone.

O relatório alerta que, caso explorada por agentes maliciosos, a falha poderia ser empregada para envio massivo de spam, golpes, campanhas de phishing e chamadas automatizadas.

Os autores do estudo afirmam ter excluído todos os dados antes de divulgar os resultados.

WhatsApp foi alertado

Os pesquisadores relatam ter informado a Meta, proprietária do WhatsApp, em setembro de 2024, sem obter resposta imediata. Somente em setembro de 2025, quando avisaram da intenção de publicar o estudo, a empresa passou a tratar o caso como prioridade.

Após as comunicações, a plataforma limitou o número de buscas possíveis, restringiu a visualização de fotos e status por usuários desconhecidos e reforçou mecanismos contra raspagem automatizada.

Em nota assinada por Nitin Gupta, vice‑presidente de Engenharia do WhatsApp, a empresa agradeceu a colaboração dos pesquisadores e declarou não ter encontrado indícios de exploração maliciosa da vulnerabilidade.

Falha expôs dados públicos

O WhatsApp ressaltou que os pesquisadores acessaram apenas informações públicas, como número, foto e status, e que nenhum dado privado foi comprometido. Especialistas, contudo, afirmam que a divulgação desse tipo de informação já é suficiente para viabilizar ataques direcionados.

A empresa afirmou que a criptografia de ponta a ponta jamais foi comprometida.

O comunicado também destacou que a técnica utilizada superou limites até então previstos e que o estudo ajudou a validar o conjunto mais recente de defesas anti‑raspagem.

A Meta informa que segue monitorando tentativas de enumeração e coleta automatizada.

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