Joseph Aoun, presidente do Líbano, qualificou os ataques israelenses ao sul do país na quinta-feira (06/11) como “crime pleno, ao abrigo do direito humanitário internacional”. O mandatário acusou o regime sionista de “aterrorizar e deslocar civis à força” ao desconsiderar o cessar‑fogo firmado com o Hezbollah em novembro passado, e afirmou que a operação do dia anterior demonstra que Israel “rejeita qualquer acordo negociado”.
“Já se passou quase um ano desde que o cessar‑fogo entrou em vigor”, afirmou Aoun, ressaltando que, nesse período, Israel recusou consistentemente qualquer pacto negociado entre as duas partes.
O presidente acrescentou que, sempre que o Líbano manifesta disposição para negociações pacíficas, Tel Aviv responde com uma escalada de ataques e demonstra “desrespeito pela Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU”.
Reações do Hezbollah e de aliados
O Hezbollah reafirmou o “direito legítimo” de se defender “contra um inimigo que impõe a guerra” e declarou rejeição total a qualquer negociação política com Israel, afirmando que esse tipo de acordo “não atende ao interesse nacional”.
Principal apoiador do movimento libanês, o Irã também condenou os chamados ataques “selvagens” no sul do Líbano. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores iraniano pediu às Nações Unidas, à comunidade internacional e aos países da região que enfrentem o belicismo do regime sionista, e prestou “condolências pelo martírio de cidadãos libaneses” atingidos pelas ofensivas.
Vítimas e violações do espaço aéreo
A Agência Nacional de Notícias (NNA), estatal do Líbano, informou que aviões de guerra israelenses atingiram bairros residenciais em Toura, no distrito de Tiro, no dia anterior, provocando a morte de um libanês e ferindo outras oito pessoas. Outro civil foi atingido em Tayr Debba. Além disso, caças de Tel Aviv teriam violado o espaço aéreo libanês sobre subúrbios do sul de Beirute, ação frequentemente usada como arma de guerra psicológica.
Autoridades libanesas informam que uma pessoa morreu e oito ficaram feridas em ataques israelenses dirigidos ao sul do país. Tasnim News Agency
O Exército de Israel afirmou que a operação tinha o objetivo de impedir tentativas do Hezbollah de “reconstituir suas atividades na região”. Segundo o jornal Times of Israel, a ação de quinta‑feira teria sido planejada em coordenação com os Estados Unidos, que, recentemente, têm pressionado o Líbano por um acordo para desarmar o movimento libanês.
Conforme a agência Reuters, os avisos de evacuação divulgados pelo porta‑voz em árabe das Forças de Defesa de Israel, Avichay Adraee, coincidiram com uma reunião do gabinete libanês, que recebeu uma atualização do comandante do Exército, Rodolphe Haykal, sobre o avanço na apreensão de depósitos de armas do Hezbollah no sul do país.








