Pesquisadores sírios e brasileiros identificaram, em Palmira, na Síria, o primeiro fóssil atribuído a um pterossauro; segundo a reconstrução da equipe, o animal pode corresponder ao maior pterossauro já encontrado até hoje.
“Nossas análises sugerem que o exemplar sírio poderia alcançar até dez metros de envergadura, o que o coloca entre os maiores pterossauros conhecidos”, explicou Felipe Pinheiro, pesquisador da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), especialista em répteis alados e coautor do estudo.
O espécime fossilizado tem idade estimada entre 72,1 e 66 milhões de anos, possivelmente do início do Maastrichtiano, período em que a fragmentação da Pangeia já estava praticamente concluída e os dinossauros ainda predominavam na paisagem.
Serão necessários novos exames para confirmar a datação e determinar com mais precisão a envergadura real do animal.
Ossos de pterossauros são achados extremamente raros, sobretudo em locais como a Síria, afetados por conflitos e instabilidade política.
“Antes do nosso trabalho, apenas dois artigos sobre fósseis de vertebrados sírios haviam sido publicados, um por Hooijer, em 1968, e outro por Bardet e colaboradores, em 2000. Mas, em apenas um ano e meio, conseguimos publicar três, com mais estudos em andamento”, comemorou ao Jornal da USP a paleontóloga sírio-brasileira Wafa Adel Alhalabi, pesquisadora da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP.
Os pterossauros são parentes próximos dos dinossauros e foram os primeiros vertebrados a desenvolver voo ativo. Essa capacidade decorreu de modificações nos ossos das mãos, que sustentavam membranas alares, e nenhum outro grupo de animais voadores atingiu dimensões comparáveis às dos maiores pterossauros.








