5 de dezembro de 2025
sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Argentinos votam em pleito decisivo para Milei

Neste domingo (26), os eleitores argentinos vão às urnas em eleições legislativas de grande importância para o governo de Javier Milei.

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Serão renovadas metade das cadeiras da Câmara dos Deputados (127 assentos) e um terço das vagas do Senado, totalizando 24 lugares em disputa.

A oposição peronista ocupa atualmente a maior bancada minoritária em ambos os parlamentos e vê cerca de metade de seus deputados na Câmara baixa competirem pela reeleição.

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O partido relativamente novo de Milei, La Libertad Avanza, conta hoje com apenas 37 deputados e seis senadores.

As corridas mais decisivas devem ocorrer na província de Buenos Aires, onde há muitas cadeiras em jogo para renovação.

Analistas políticos afirmam que conquistar mais de 35% dos votos seria interpretado como um indício de crescente apoio, tomando como referência os 30% que Milei obteve no primeiro turno da disputa presidencial de 2023.

Seele se aproximar de 40%, isso seria avaliado como “uma eleição muito boa”, afirmou Marcelo Garcia, diretor da consultoria Horizon Engage, especializada em riscos nas Américas.

Ajuste fiscal

As políticas de choque econômico implementadas por Milei reduziram de forma significativa a inflação e geraram um superávit nas contas públicas, atraindo o interesse de investidores e elogios do governo de Donald Trump.

No entanto, os índices de aprovação do presidente caíram, o que pode indicar que parte da população está descontente com os sacrifícios do ajuste fiscal.

Quando o presidente dos EUA, Donald Trump, recebeu Milei na Casa Branca na semana passada, dias após oferecer à Argentina um swap cambial de US$20 bilhões, advertiu que eventuais aumentos no apoio norte-americano dependeriam do desempenho do partido de Milei nas eleições de meio de mandato.

O que está em jogo?

Um resultado favorável ampliaria de forma expressiva a representação do movimento de Milei nas duas casas do Congresso, dando ao presidente maior capacidade para avançar com suas reformas econômicas.

Milei anunciou neste mês a intenção de promover mudanças nas leis trabalhistas para elevar a formalização do emprego e também planeja novos cortes de impostos nacionais, cujos detalhes ainda não foram completamente divulgados.

“Se 2025 indicar que Milei é uma figura em declínio, os investidores começarão a se preparar para uma opção mais de centro ou centro-esquerda para 2027”, alertou um especialista.

O mercado ficará atento, sobretudo, para saber se o líder argentino obterá votos suficientes para evitar que parlamentares da oposição derrubem vetos e, assim, ameacem sua agenda.

Nos últimos dois meses, o Congresso rejeitou vetos presidenciais a projetos que aumentavam o financiamento de universidades públicas, o atendimento pediátrico em saúde e benefícios para pessoas com deficiência.

Com isso, o partido de Milei precisará de aproximadamente um terço dos votos em cada casa do Legislativo para impedir novas tentativas de anular vetos presidenciais.

Para alcançar esse patamar, será provavelmente necessário costurar acordos com outras legendas.

O movimento de Milei tem frequentemente feito coligações com o PRO, bancada centrista liderada pelo ex-presidente Mauricio Macri.

O grau de apoio de eventuais aliados dependerá do desempenho eleitoral do partido de Milei, disse Lorenzo Sigaut Gravina, economista do think tank argentino Equilibra.

Quais as chances de Milei ter sucesso?

A taxa de aprovação de Milei caiu recentemente para abaixo de 40%, o nível mais baixo de seu mandato até agora.

Além do desgaste provocado pelas medidas duras, sua gestão foi abalada por acusações de corrupção envolvendo pessoas próximas ao presidente.

Uma investigação judicial foi aberta depois que áudios vazados, ainda sem confirmação, sugeriram que sua irmã e chefe de gabinete, Karina Milei, estaria envolvida em um esquema de suborno.

Milei classificou as acusações como uma campanha de difamação política.

Na província de Buenos Aires, um candidato ligado ao partido de Milei renunciou diante de alegações de corrupção, mas já era tarde para retirar seu nome da lista.

Apesar desses reveses, Facundo Cruz, consultor político em Buenos Aires, afirma que a formação de Milei preserva uma presença nacional bem mais ampla do que tinha nas eleições legislativas de 2023.

“Inevitavelmente, o número de assentos aumentará”, disse ele. “A dúvida é: até que ponto?”

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