O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que todas as conversas comerciais com o Canadá estão encerradas, depois de acusar o país de veicular uma “propaganda fraudulenta” com um suposto anúncio do ex-presidente Ronald Reagan criticando as tarifas.
No início do ano, Trump aplicou tarifas sobre aço, alumínio e veículos canadenses, o que levou Ottawa a retaliar. As partes negociam há semanas na tentativa de fechar um acordo específico para os setores de aço e alumínio.
Em postagem no Truth Social, Trump declarou: “Com base em seu comportamento flagrante, TODAS AS NEGOCIAÇÕES COMERCIAIS COM O CANADÁ ESTÃO ENCERRADAS”.
Postagem e material de campanha
No início desta semana, o primeiro-ministro de Ontário, Doug Ford, afirmou que o anúncio da província, com mensagens contrárias às tarifas, chamou a atenção de Trump.
O comercial mostrava Reagan criticando tarifas sobre produtos estrangeiros e afirmando que tais medidas provocam perdas de emprego e guerras comerciais.
Na terça-feira (21), Ford disse: “Ouvi dizer que o presidente viu nosso anúncio. Tenho certeza de que ele não ficou muito contente”.
A Fundação Presidencial Ronald Reagan divulgou à noite que o anúncio do governo de Ontário estaria “utilizando trechos de áudio e vídeo de forma seletiva” e que a entidade está avaliando opções legais.
Em nota, a fundação afirmou que “o anúncio deturpa o Discurso Presidencial de Rádio de Reagan, em 1987, e o Governo de Ontário não solicitou nem recebeu permissão para usar e editar os comentários”.
O governo do Canadá não se pronunciou de imediato.
Impacto das tarifas e reações
Trump tem usado tarifas como instrumento de pressão contra vários países.
A guerra comercial iniciada por Trump elevou as tarifas dos EUA aos níveis mais altos desde a década de 1930. Ele tem repetidamente ameaçado impor novos tributos, o que preocupa empresas e economistas.
Na quinta-feira, o primeiro-ministro canadense, Mark Carney, disse a repórteres que o Canadá não permitirá acesso injusto dos EUA aos seus mercados caso as negociações sobre vários acordos comerciais com Washington fracassem.
No próximo ano, os Estados Unidos, o Canadá e o México devem revisar o acordo continental de livre-comércio de 2020.








