Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, declarou nesta quinta-feira que as autoridades monetárias estão muito preocupadas com a inflação e com as expectativas no Brasil, que continuam fora da meta, mesmo diante de um processo de desinflação acelerado, e reafirmou que a política monetária permanecerá restritiva por período prolongado.
Durante uma apresentação no Fórum Econômico Indonésia-Brasil, em Jacarta, ele disse que a inflação e as expectativas seguem desviadas da meta, o que preocupa o Banco Central, mas ressaltou que os índices vêm caindo graças à atuação diligente e tempestiva do BC no combate às pressões inflacionárias.
No entanto, não fez estimativas sobre quando a inflação alcançará a meta, que é de 3% com banda de 1,5 ponto percentual.
Projeções e desempenho recente do IPCA
O último levantamento Focus mostrou que o IPCA deve terminar o ano com alta de 4,70%, segundo a mediana das projeções dos especialistas consultados, sem expectativa de que o índice atinja o centro da meta ao fim de qualquer ano até 2028.
Em setembro, o IPCA subiu 0,48%, totalizando 5,17% nos 12 meses encerrados no mês.
Galípolo, que integra a missão do governo na Indonésia, reafirmou a posição do Banco Central favorável a uma postura monetária mais rígida, com juros em patamar elevado.
Após a decisão de manter a Selic em 15% na rodada mais recente, o Banco Central sinalizou a intenção de sustentar a taxa nesse nível por “período bastante prolongado” para levar a inflação à meta de 3%.
Segundo ele, a economia brasileira vem passando por um ciclo de crescimento sustentado e, mesmo com a inflação ainda acima da meta, é preciso que o Banco Central mantenha uma taxa de juros elevada e restritiva por tempo prolongado para viabilizar a convergência, conciliando-a com baixos níveis de desemprego, crescimento positivo e uma inflação que, em termos históricos, permanece relativamente baixa.








