Na última sexta (17), servidores da área psicossocial e gestores da Gerência de Educação, Trabalho e Assistência (GETA) da Secretaria da Justiça (Sejus) participaram da palestra “Letramento racial e práticas concretas de antirracismo para instituições públicas”.
Organização e facilitadoras
A atividade foi promovida pelo Instituto Veredas e contou com as facilitadoras Edineia Conceição de Oliveira, gerente de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Espírito Santo; Marcia Saldanha, assistente social e especialista em Educação e Pobreza; Crislayne Zeferina, assessora especial da Secretaria Estadual das Mulheres; e Jéssica Wanzeller, advogada e especialista em Direito Antidiscriminatório, Direitos Humanos e Políticas Públicas.
Relevância para o sistema prisional
A gerente de Educação, Trabalho e Assistência da Sejus, Regiane Kieper, ressaltou a importância do tema para o contexto prisional. Para o público psicossocial que atua nas unidades, o letramento racial amplia a percepção de como o racismo estrutural molda trajetórias individuais e coletivas, influenciando dinâmicas de exclusão, vulnerabilidade e reincidência. Compreender essas dimensões é essencial para uma atuação técnica mais sensível, ética e comprometida com a justiça social.
Kieper afirmou ainda que o trabalho das equipes de psicologia e serviço social nos estabelecimentos prisionais exige atenção às intersecções entre raça, pobreza, gênero e o acesso a direitos. Nesse sentido, a capacitação antirracista aprimora o acolhimento, o planejamento das intervenções e o acompanhamento dos reeducandos, reconhecendo o enfrentamento do racismo como prática de cuidado e promoção da dignidade humana.
Udimila Bitencourt, presidente do Instituto Veredas, destacou que a formação em letramento racial representa um avanço na qualificação das equipes que atuam com pessoas privadas de liberdade. Para ela, o letramento racial fortalece o sistema prisional enquanto espaço de transformação, fundamentado na dignidade humana, nos direitos e na cidadania, e permite construir novas perspectivas de atuação, sensíveis às desigualdades e comprometidas com os direitos humanos e a reintegração social.








