Há desenhos animados que, por razões diversas, parecem ter sido feitos especialmente para o público brasileiro. Apesar de não terem grande projeção no exterior, essas animações conquistaram enorme popularidade por aqui — seja pela dublagem, pelas constantes reprises na TV aberta ou pela afinidade com aspectos da cultura local.
A seguir, uma seleção de oito desenhos que alcançaram muito mais sucesso no Brasil do que em outros países.
8 desenhos que são mais populares no Brasil do que no exterior
Caverna do Dragão
Exibida repetidamente em programas infantis da Rede Globo nas décadas de 1980, 1990 e 2000, “Caverna do Dragão” marcou diversas gerações de crianças brasileiras.
Inspirada no jogo de RPG homônimo da TSR, a série obteve certo reconhecimento nos Estados Unidos, mas no Brasil conquistou o status de clássico nostálgico. Cancelada após três temporadas, o episódio final inédito, chamado “Requiem”, despertou grande curiosidade entre os fãs.
A trama acompanha seis jovens transportados para um mundo enigmático. Eles recebem armas encantadas e, orientados pelo Mestre dos Magos, tentam voltar para casa enquanto enfrentam as constantes investidas do antagonista Vingador.
X-Men: Evolution
Um dos desenhos mais populares no programa Bom Dia & Cia, do SBT, nos anos 2000 foi “X-Men: Evolution”. A série mostra versões adolescentes de alguns X-Men conhecidos, como Jean Grey, Ciclope e Noturno, em vez de suas formas adultas tradicionais.
Nos Estados Unidos, a recepção foi variada: houve resistência no início e elogios mais expressivos a partir da segunda temporada, embora críticas ao roteiro e a certos personagens também tenham sido registradas. No Brasil, porém, a animação fez enorme sucesso e apresentou esses heróis a uma nova geração.
Super Choque
Exibido por longos períodos no Bom Dia & Cia, do SBT, durante a década de 2000, “Super Choque” alcançou no Brasil um nível de popularidade possivelmente superior ao observado em outros países.
A série narra a história do adolescente Virgil Hawkins, que adquire poderes elétricos após contato com um gás mutagênico e passa a atuar como super-herói. Inspirada nas HQs Static, da Milestone Media/DC Comics, a obra também se conecta ao universo da Liga da Justiça.
Pica-Pau
Muitos se surpreendem ao saber que o “Pica-Pau” não desfruta do mesmo prestígio, em outros países, que animações clássicas da era de ouro como “Tom & Jerry” e “Looney Tunes”.
Nos Estados Unidos, o personagem é relativamente esquecido, em contraste com a projeção que alcançou no Brasil, onde sua popularidade é frequentemente vista como excepcional.
Criado por Walter Lantz em 1940, o personagem teve seus curtas exibidos no Brasil desde os anos 1950. Gerações mais velhas lembram das inúmeras reprises no SBT entre as décadas de 1980 e 2000, enquanto o público mais jovem o redescobriu por meio de exibições na Record.
A dublagem marcante é apontada por muitos fãs como fator decisivo para que o “Pica-Pau” se tornasse um ícone no país.
Os Cavaleiros do Zodíaco
Embora “Os Cavaleiros do Zodíaco” também tenha feito muito sucesso na França, superando até mesmo sua recepção no Japão, no Brasil o anime alcançou um patamar histórico.
Estreando na TV brasileira em 1994 pela extinta Rede Manchete, a série se transformou em um fenômeno sem precedentes, mudando a forma como as crianças viam desenhos e abrindo espaço para a chegada de outros animes ao país.
Adaptado do mangá de Masami Kurumada, o anime acompanha os Cavaleiros de Bronze — Seiya, Shiryu, Hyoga, Shun e Ikki — em sua missão de proteger a deusa Atena.
CardCaptor Sakura
No Japão, “CardCaptor Sakura” fez sucesso mais restrito a nichos, mas no Brasil sua popularidade rivaliza com fenômenos como “Dragon Ball Z”, “Naruto”, “Os Cavaleiros do Zodíaco”, “Pokémon” e “Yu Yu Hakusho”.
A dublagem marcante e as exibições na Rede Globo e no Cartoon Network foram essenciais para firmar o anime na memória dos espectadores brasileiros; há, por exemplo, em São Paulo, uma cafeteria temática dedicada à série no bairro da Liberdade.
Punky
Derivado da famosa série de TV “Punky, a Levada da Breca”, o desenho animado marcou a infância de muitos telespectadores que o viram em reprises no SBT entre as décadas de 1980 e 2000. Enquanto em outros países a animação passou quase despercebida, no Brasil alcançou destaque semelhante ao da atração original.
No seriado de TV, Punky (Soleil Moon Frye) é uma menina cujo abandono pelos pais a leva a viver com o rabugento fotógrafo viúvo Arthur Bicudo (George Gaynes).
A versão animada, por sua vez, foca nas aventuras de Punky com os amigos e inclui um personagem inédito: Glomer, uma criatura simpática dotada de poderes mágicos.
Cavalo de Fogo
“Cavalo de Fogo” é um caso clássico de animação que fez muito mais sucesso no Brasil do que em qualquer outro país, inclusive em sua terra natal.
Nos Estados Unidos, a série teve apenas 13 episódios e audiência reduzida; já no Brasil, esses episódios foram reprisados inúmeras vezes pelo SBT entre as décadas de 1980 e 2000, o que transformou a animação em uma das mais queridas pelo público. A música de abertura, com sua leve desafinação, também ficou gravada na memória dos espectadores.
Na narrativa, a jovem Sara descobre ser princesa de um reino mágico e, com a ajuda do falante Cavalo de Fogo, enfrenta a bruxa maligna Lady Diabolyn.
