Provavelmente você reparou: a maior parte dos veículos nas ruas agora exibe uma placa branca com uma faixa azul no topo. Trata-se do modelo Placa Mercosul, formalmente denominado Placa de Identificação Veicular (PIV).
Surgem dúvidas: todos os proprietários precisam trocar imediatamente as antigas placas cinza? A resposta é não. A informação, divulgada pelo Monitordomercado, baseia-se nas normas do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) e nas orientações dos Detrans estaduais.
A norma, que passou a valer em outubro de 2025, determina que a substituição só é exigida em situações específicas, buscando modernizar a identificação sem impor custos desnecessários a toda a frota.
Quando a troca da Placa Mercosul é obrigatória
A substituição das placas antigas pelo padrão Placa Mercosul é exigida apenas em determinados casos. A legislação atual lista as seguintes hipóteses:
- Primeiro emplacamento: veículos zero quilômetro saem da concessionária com o novo padrão.
- Transferência de propriedade: ao adquirir um carro usado ainda com placa cinza, o comprador deve efetuar a troca.
- Mudança de município: ao alterar o domicílio para outra cidade, é necessária a atualização com a nova placa.
- Mudança de categoria: quando o veículo passa a atuar como táxi, transporte por aplicativo ou serviço comercial, a nova identificação é obrigatória.
- Dano, furto ou ilegibilidade: se a placa antiga estiver danificada, furtada ou ilegível, a substituição é compulsória.
- Por opção do proprietário: o dono pode solicitar voluntariamente a adoção do novo modelo.
Com essa transição gradual, a administração pública evita sobrecarregar os motoristas e permite que a frota nacional se atualize de forma progressiva.
Entenda o significado das cores e o que muda na nova placa
Além da mudança estética, a Placa Mercosul traz mais tecnologia e elementos de segurança. O padrão adota a sequência de quatro letras e três números (exemplo: BRA2E19), possibilitando mais de 450 milhões de combinações, o que amplia a capacidade do sistema por muitos anos.
As cores das letras indicam a categoria a que o veículo pertence:
- Preta: veículos de uso particular.
- Vermelha: táxis, ônibus, veículos escolares e autoescolas.
- Azul: carros oficiais vinculados ao poder público.
- Verde: unidades de teste ou veículos de montadoras.
- Dourada: automóveis diplomáticos.
- Prateada: veículos de coleção, correspondendo à nova “placa preta”.
O QR Code presente na placa possibilita consulta a dados oficiais do veículo e atua como ferramenta contra a clonagem. A placa também conta com marca d’água e substitui o antigo lacre de chumbo, considerado ultrapassado.
Como é o processo de troca em São Paulo
Em São Paulo, o procedimento para emissão da nova placa segue etapas simples, mas exige atenção aos trâmites. O processo se inicia no Detran-SP, que emite um novo Certificado de Registro de Veículo (CRV) com a combinação atualizada.
Com o documento em ordem, o proprietário deve procurar uma estampadora credenciada pelo Detran. A relação das empresas autorizadas está disponível no site do órgão. Essas empresas são responsáveis pela fabricação e instalação da placa, e o pagamento é feito diretamente ao prestador do serviço.
Os preços variam conforme a localidade. O padrão técnico segue a Resolução CONTRAN nº 969/2022, que uniformiza o modelo em todo o território nacional.
Por que o Brasil adotou a Placa Mercosul
A adoção do novo padrão foi motivada por três objetivos principais:
- Segurança reforçada: o QR Code e a padronização regional tornam mais difícil a fraude e agilizam a verificação da autenticidade do veículo.
- Integração regional: o sistema facilita a circulação entre países do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai), fortalecendo a cooperação no trânsito.
- Ampliação das combinações: o modelo anterior, com três letras e quatro números, aproximava-se do limite de combinações em estados com grande frota, como São Paulo.
O novo formato elimina essa limitação por décadas, tornando o sistema mais eficiente e preparado para as demandas futuras da mobilidade no país.
A Placa Mercosul representa mais do que uma exigência legal: é uma evolução no controle e na segurança veicular, proporcionando maior transparência, integração regional e proteção contra fraudes.
Quem ainda circula com a placa cinza pode ficar tranquilo: a troca só será exigida nas situações previstas. Enquanto isso, a frota nacional vai se adequando gradualmente ao novo padrão, que veio para permanecer.







