João 5:1-14 relata uma das histórias mais marcantes da Bíblia, o paralítico que passou 38 anos à espera de um milagre no tanque de Betesda. Esse lugar, cujo nome significa “Casa de Graça” ou “Casa de Favor”, era conhecido por reunir enfermos e aflitos que aguardavam uma intervenção divina. Ali, multidões esperavam que as águas se movessem, na expectativa de encontrar cura.
Mas a cena muda completamente quando Jesus entra em cena. Não foi o paralítico quem viu Jesus, mas Jesus quem o viu. O olhar de Cristo alcançou aquele homem preso à sua dor, ao comodismo e à vitimização. Com uma simples pergunta, “Queres ser curado?”, Jesus revelou a necessidade de uma resposta interior, um confronto com as próprias limitações, medos e desculpas.
Esse episódio nos ensina lições profundas:
• Podemos permanecer paralisados emocionalmente por medos, culpas e complexos.
• Muitas vezes transferimos a responsabilidade de nossa mudança ao outro, esperando que alguém nos coloque “nas águas”.
• A vitimização pode se tornar um estilo de vida, mas Jesus nos chama para romper com esse ciclo.
O comando de Cristo foi direto, “Toma o teu leito e anda.” O leito, antes símbolo de acomodação, tornou-se testemunho de cura. O passado não foi apagado, mas ressignificado. A cama da dor virou trampolim para um futuro de esperança.
Assim também é conosco. Precisamos identificar as áreas paralisadas da nossa vida e assumir uma postura de fé e autoridade diante dos problemas. Mesmo arrastando, é necessário avançar em busca de cura, não permitindo que as fortalezas da mente (mentiras que nos aprisionam) determinem quem somos.
A graça de Deus não encontra espaço em corações soberbos, mas sim em corações quebrantados que reconhecem a necessidade de arrependimento, perdão e recomeço. Quando deixamos que Jesus nos encontre, ele não apenas cura, mas também transforma nossa história em um legado de graça e amor.
E a pergunta permanece, como estamos escrevendo a nossa história? Será uma narrativa de gratidão ou de murmuração? Um testemunho de cura ou de vitimização?
Um dia, outros contarão a nossa trajetória. Que seja lembrada como a história de alguém que experimentou a graça de Betesda e a estendeu a muitos.










