Uma alucinação acontece quando alguém experimenta uma percepção sensorial que parece verdadeira, embora não corresponda ao que está ocorrendo de fato.
Embora nem sempre indiquem gravidade, em alguns casos as alucinações podem sinalizar um transtorno neurológico mais sério. Entenda como surgem e quando devem causar preocupação.
Quais são as causas das alucinações?
As alucinações podem ter origens variadas, desde questões pontuais, como o uso de certas drogas psicoativas ou medicamentos, até problemas de saúde física ou mental transitórios e condições potencialmente mais graves, como doença neurodegenerativa.
Também é relativamente comum, e na maioria dos casos sem risco, que ocorram alucinações nos extremos do ciclo do sono, ao adormecer ou ao despertar.
Situações isoladas que podem desencadear alucinações incluem episódios de febre alta, dores intensas, privação de sono, desidratação e a recuperação após sedação ou anestesia geral. Em períodos de luto, algumas pessoas relatam ver ou sentir a presença de um parente ou amigo falecido.
Em outros contextos, entretanto, as alucinações estão associadas a condições que exigem acompanhamento contínuo, como demências e esquizofrenia. Quem tem episódios recorrentes deve procurar um neurologista e fazer os exames necessários para identificar a causa.
Classificação das alucinações
Em termos simples, alucinação é a sensação de algo que não ocorre concretamente. Por isso, são classificadas conforme o sentido envolvido e podem manifestar-se de maneiras diferentes.
- Visuais: percepção de imagens inexistentes. Muitas pessoas relatam luzes difusas; outras descrevem cenas mais definidas, como figuras humanas ou animais.
- Auditivas: as mais comuns. Incluem passos, vozes ou outros ruídos e podem ser especialmente perigosas se uma voz encoraja comportamentos autolesivos ou agressões.
- Olfativas: percepção de odores, que às vezes remetem a experiências anteriores ou não têm relação aparente com o ambiente.
- Táteis: sensações de contato inexistente na pele ou no interior do corpo, como a impressão de insetos subindo pelos membros.
- Gustativas: manifestações no paladar, frequentemente com sabores desagradáveis, como um gosto metálico persistente.
Outras variantes incluem alucinações relacionadas ao sono (ao adormecer ou ao despertar), as proprioceptivas (que dão a sensação de movimento do corpo mesmo quando ele está imóvel) e as chamadas de presença, que causam a impressão de que outra pessoa está no mesmo local, mesmo sem que haja alguém.
Como auxiliar alguém que vivencia alucinações
O primeiro passo é tentar compreender o episódio. Ao perceber um comportamento incomum, aborde a pessoa com delicadeza e pergunte o que está causando a reação; isso ajuda a decidir a melhor atitude a tomar.
Em algumas situações, esclarecer que a experiência é ilusória pode reduzir o estresse imediato. Porém nem sempre funciona: algumas pessoas se sentem mais confortadas quando o acompanhante reconhece o incômodo (por exemplo, admitindo que há um ruído) e sugere tentar solucioná-lo.
Em todo caso, evitar discutir com quem está tendo a alucinação e oferecer conforto são medidas importantes. Isso pode aliviar uma crise momentânea, mas, para tratar a causa subjacente, é essencial buscar ajuda médica.
Quando possível, encaminhar a pessoa para avaliação por um profissional de saúde é o passo seguinte. O diagnóstico permite identificar a origem da alucinação e indicar opções terapêuticas, que podem incluir medicamentos e abordagens como a estimulação magnética transcraniana, técnica que utiliza campos magnéticos para ativar áreas cerebrais associadas às alucinações.
O tratamento adequado depende da causa e da resposta individual do paciente às intervenções.








