Alterações no comportamento e dificuldades no aprendizado devem ser acompanhadas de perto por familiares e educadores.
O bullying é uma questão séria, social e educacional, que exige identificação precoce e intervenção adequada. Reconhecer seus sinais e as diferentes formas de manifestação é fundamental para agir com eficácia e reduzir seus efeitos negativos.
A participação de docentes, estudantes e responsáveis contribui para reduzir conflitos e estimular atitudes respeitosas, tornando a instituição um ambiente de convívio mais harmonioso e propício ao desenvolvimento integral.
Modalidades de bullying
Além da agressão física, como bater ou empurrar, existe o bullying verbal, marcado por insultos e humilhações, e o tipo psicológico, que gera isolamento e queda da autoestima. O cyberbullying, praticado por meio de plataformas digitais, amplia a exposição da vítima a situações vexatórias.
Outra variante é o bullying social, que visa prejudicar a reputação ou as interações da pessoa no coletivo. “Essa forma é particularmente complexa de detectar por ocorrer de modo sutil. Frequentemente resulta no afastamento do aluno e na indução de outros a não o aceitarem”, comenta a psicopedagoga Paula Furtado.
Segundo a especialista, essa dinâmica gera profunda solidão. “Progressivamente, a criança se vê cada vez mais isolada, sem conseguir apontar evidências claras, já que a exclusão é dissimulada. Esse fenômeno é denominado ‘bullying da invisibilidade’, algo realmente angustiante”, completa.
Indicadores de bullying infantil
Alguns comportamentos podem indicar que um aluno está sendo vítima dessa prática:
- Desinteresse ou medo de frequentar as aulas;
- Declínio nas notas escolares;
- Dificuldades para dormir;
- Desânimo persistente;
- Tendência ao isolamento;
- Mudanças bruscas de humor;
- Queixas físicas sem motivo orgânico;
- Fadiga excessiva;
- Comentários autodepreciativos.
Compromisso coletivo
Mudanças abruptas no comportamento infantil exigem investigação. A psicopedagoga ressalta a importância de uma abordagem integrada que englobe:
- Terapia psicológica ou artística para trabalhar as emoções e reconstruir a autoconfiança;
- Apoio psicopedagógico em casos de prejuízo no rendimento acadêmico;
- Avaliação médica para verificar possíveis relações entre sintomas físicos e questões emocionais;
- Envolvimento ativo da instituição escolar e da família, com escuta empática e medidas concretas.
“Embora seja um tema recorrente, muitas crianças ainda sofrem com essa realidade. É fundamental converter discussões em práticas efetivas, por meio de iniciativas educativas que engajem toda a comunidade”, finaliza Furtado.








