Sobre o Livro de Enoque (ou Enoque Etíope, ou Primeiro Enoque). Seu contexto, conteúdo e por que não entrou na Bíblia (exceto uma).
O Livro de Enoque é um texto apócrifo atribuído ao patriarca Enoque, bisavô de Noé, e não faz parte do cânon bíblico da maioria das tradições judaico-cristãs, embora seja considerado sagrado pela Igreja Ortodoxa Etíope. Escrito entre os séculos III a.C. e I d.C., o livro é dividido em várias seções e aborda temas como a queda dos anjos, o juízo final, a cosmologia celestial e a vinda do Messias. Uma das partes mais conhecidas é o relato dos “anjos vigilantes” que desceram à Terra, se relacionaram com mulheres humanas e geraram os nefilins, gigantes violentos que corromperam a humanidade. Deus então decide punir esses anjos e purificar a Terra com o dilúvio. O livro também descreve visões de Enoque sobre o céu, os anjos e o trono de Deus. Ele caminha por diferentes céus guiado por anjos, recebendo revelações sobre o destino das almas, a natureza do universo e o tempo do juízo. Há também profecias messiânicas e promessas de salvação para os justos. O texto teve grande influência em correntes do judaísmo apocalíptico e em escritos cristãos primitivos. Apesar de rejeitado por muitos concílios, o Livro de Enoque continua despertando interesse por seu conteúdo místico e enigmático.








