No dia em que o Sistema Único de Saúde (SUS) completa 35 anos, o Ministério da Saúde recebeu as primeiras unidades do implante subdérmico liberador de etonogestrel, conhecido como Implanon. Nesta sexta-feira (19/9), no aeroporto de Guarulhos, o ministro Alexandre Padilha acompanhou a entrega de mais de 100 mil unidades do implante e de 100 kits destinados ao treinamento dos profissionais que farão a inserção do dispositivo.
O método é apontado como vantajoso para prevenir gestações não planejadas, por oferecer longa duração e elevada eficácia: permanece ativo no organismo por até três anos. Até 2026, o Ministério da Saúde prevê distribuir 1,8 milhão de unidades para atender a todas as mulheres, sendo 500 mil previstas ainda neste ano, com investimento aproximado de R$ 224 milhões.
As primeiras remessas chegam hoje aos estoques do Ministério da Saúde, e a previsão é iniciar a distribuição aos estados e ao Distrito Federal no começo de outubro. Terão prioridade as localidades com maiores índices de vulnerabilidade social e de gravidez na adolescência.
A entrega dos implantes ocorrerá de forma articulada com a capacitação de profissionais da Atenção Primária à Saúde para a inserção do dispositivo, por meio das Oficinas de Qualificação para a Implementação do Implante Subdérmico. Essas atividades serão promovidas pelo Ministério da Saúde entre outubro e dezembro de 2025, em todos os estados e no Distrito Federal.
Para apoiar as oficinas, serão distribuídos kits de treinamento que incluem aplicador, placebo do implante, braço com aplicador e pele para braço anatômico. Além dos profissionais de saúde, gestores participarão das qualificações para debater e planejar a implementação do método nos territórios.
Sobre o método
O implante subdérmico é eficaz por até três anos, sem necessidade de intervenção nesse período. Após esse prazo, o dispositivo deve ser removido e, se houver interesse, um novo implante pode ser inserido imediatamente pelo SUS, e a fertilidade costuma retornar rapidamente após a retirada.
Entre os contraceptivos hoje oferecidos no SUS, apenas o DIU de cobre é classificado como LARC (sigla em inglês para contraceptivos reversíveis de longa duração). Esses métodos são considerados altamente eficazes no planejamento reprodutivo porque não dependem de uso diário ou contínuo, ao contrário dos anticoncepcionais orais ou injetáveis, além de serem reversíveis e seguros.
Além do Implanon, o SUS disponibiliza outros métodos contraceptivos: preservativos externo e interno, DIU de cobre, anticoncepcional oral combinado, pílula oral de progestagênio, injetáveis hormonais mensal e trimestral, laqueadura tubária bilateral e vasectomia. Dentre esses, apenas os preservativos oferecem proteção contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
A decisão de incorporar o contraceptivo ao SUS foi aprovada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) em julho de 2025. Desde a publicação das portarias, o Ministério da Saúde tem trabalhado na atualização das diretrizes clínicas, na aquisição e distribuição do insumo e na qualificação e habilitação dos profissionais, entre outras medidas.








