Hoje compartilho um pouco das emoções e reflexões que vivenciei após acompanhar o julgamento histórico no Supremo Tribunal Federal, que levou à condenação não apenas do ex-presidente, mas de um núcleo duro responsável por uma tentativa de golpe em nosso país. Diante de um processo robusto, repleto de provas, foi impossível não me sentir tocada pela importância do momento e pela representatividade das mulheres, especialmente de uma mulher aos 50 anos ou mais, como Carmen Lúcia, ocupando um papel de protagonismo fundamental.
Como mulher, advogada e cidadã, não posso deixar de expressar o quanto foi significativo ver Carmen Lúcia dar voz à Justiça – essa palavra feminina, personificada na imagem da deusa vendada e com uma balança nas mãos. Ela representou cada uma de nós: mulheres negras, mulheres que foram hostilizadas, menosprezadas e até mesmo atacadas por uma cultura política que insiste em negar nossos espaços e direitos. O voto da ministra não foi apenas uma resposta jurídica baseada em provas, mas também um ato de empoderamento, inclusão e reflexão para toda a sociedade.
Fui atravessada por um sentimento misto de alegria e esperança, porque ainda que saibamos que os julgamentos do STF possuem seu viés político, ver uma mulher protagonizando a maioria e fazendo justiça de forma ética e comprometida é inspirador. Reforço aqui a importância de compreendermos que verdadeira equidade de gênero e igualdade racial são construções diárias, e precisamos continuar avançando, ocupando espaços, valorizando a soberania e a democracia brasileira com coragem e respeito a todas as pessoas.
Não posso deixar de mencionar o contraste doloroso das conquistas e dos retrocessos que ainda presenciamos em nosso país. Quando mulheres, mães solos, avós e netos são despejados de territórios urbanos, é impossível ignorar o quanto a Justiça, muitas vezes, ainda reproduz privilégios históricos de homens brancos, héteros e ricos. Por isso, ver a atuação de Carmen Lúcia neste contexto é dar um passo adiante na luta por inclusão e equidade.
Seguimos firmes, celebrando cada pequena vitória, acreditando na transformação social e reconhecendo a potência do empoderamento feminino. Precisamos, cada vez mais, valorizar nossa bandeira, nossa democracia e nossa capacidade de fazer justiça para todas e todos, sem retrocessos, sem medo e sem perder a esperança.
Viva a democracia, viva a inclusão, viva a mulher aos 50 anos que se impõe, reflete e inspira a tantas outras! Continuemos juntas e juntos nessa luta por um Brasil mais justo, igualitário e, acima de tudo, mais humano.









