O tom de voz revela aspectos importantes da saúde mental; o hábito de falar alto demais pode estar relacionado a transtornos de personalidade.
A comunicação é uma necessidade humana e acontece por diferentes meios, escrita, expressões faciais, gestos e fala. Falar é a forma mais comum de comunicação e também pode sinalizar possíveis distúrbios, como os transtornos de personalidade dramática.
Segundo o pós-doutor em neurociências e membro da Royal Society of Biology no Reino Unido, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, “Se excluirmos casos de surdez e fatores educacionais, pessoas que falam em volume excessivo e enfatizam demais as palavras durante a fala podem estar enquadradas em um dos transtornos de personalidade dramática”.
O que são os transtornos de personalidade dramática?
Os transtornos de personalidade dramática englobam condições marcadas por comportamentos excessivamente emocionais e instáveis, como o transtorno de personalidade borderline (TPB), narcisista, antissocial e histriônico. Esses quadros costumam apresentar instabilidade emocional, impulsividade e dificuldade em manter relacionamentos estáveis e saudáveis.
O que a fala tem a ver com transtornos de personalidade?
O modo de falar pode indicar a influência desses transtornos no cotidiano. O tom de voz reflete estados internos, portanto a tonalidade e os padrões vocais podem ser indicadores relevantes de processos cognitivos e emocionais que merecem observação.
Transtornos como o transtorno bipolar e o transtorno de personalidade narcisista, por exemplo, podem envolver comportamentos de grandiosidade que, em alguns casos, se manifestam na fala em volume mais alto.
Exceções
É preciso considerar também distúrbios vocais ou alterações relacionadas à puberdade quando surgem sintomas como som trêmulo, rouquidão, voz sussurrante ou oscilações extremas de volume. Nesses casos, a avaliação por um especialista é recomendada para prevenir danos futuros e melhorar a função vocal.
Falar alto isoladamente não é suficiente para diagnosticar um transtorno de personalidade. O diagnóstico requer investigação clínica e acompanhamento por psicoterapeutas e psiquiatras: o tom de voz é apenas um dos múltiplos sinais a serem considerados.









