Estar sempre conectado e compartilhar cada atualização rotineira nas redes sociais tem se tornado cada vez mais comum. No entanto, quando o hábito se torna muito frequente, pode indicar uma patologia: a Síndrome de Fomo.
A patologia se caracteriza por uma urgência descontrolada de estar sempre atualizado. Fomo significa “Fear of Missing Out”, ou seja, o medo de perder algo que possa estar acontecendo.
Mas como diferenciar a necessidade doentia do uso das redes sociais de uma utilização saudável? Como perceber se isso está de fato ocorrendo?
De acordo com a psicanalista Andrea Ladislau, o excesso que origina a Síndrome se dá por três princípios básicos:
- Exclusividade, pois sinaliza que a tecnologia passa a ser a única fonte de prazer e satisfação;
- Tolerância, quando a pessoa gasta cada vez mais tempo com as redes sociais;
- Abstinência, que provoca sintomas desagradáveis e mudanças bruscas de humor quando não se está conectado. Uma abstinência comparável à causada por drogas.
Sintomas da Síndrome de Fomo
Conforme a especialista, diversos são os sintomas da patologia:
- Dificuldade de concentração;
- Desejo constante de estar conectado, com a sensação de estar perdendo algo quando desconectado;
- Taquicardia, em casos mais graves;
- Falta de ar;
- Inquietação;
- Irritação;
- Insegurança;
- Crises de pânico;
- Dores de cabeça;
- Insônia;
- Alteração de apetite;
- Depressão.
Segundo a psicanalista, a Fomo influencia no desenvolvimento de relações com extrema dependência emocional, limitando a vida. “A coisa é tão séria que há casos em que a pessoa chega a carregar diversos aparelhos eletrônicos ao mesmo tempo para se precaver”, afirma.
Para a profissional, a Síndrome de Fomo reflete uma necessidade camuflada de aceitação e pertencimento. Além disso, contribui para a imaturidade emocional, com atitudes imediatistas que denunciam falta de controle sobre os impulsos, altos níveis de ansiedade e insegurança.
Tratamento
O tratamento para a Síndrome de Fomo exige um detox digital. Ou seja, a desconexão e desintoxicação das redes, além de terapias que trazem benefícios para a saúde mental e resgatam relações sociais.
“É necessário criar o hábito de se desconectar do mundo virtual por 1 a 2 horas diárias”, aponta a psicanalista.
Esse momento off-line é uma oportunidade para atividades prazerosas sem tecnologia, como ler, apreciar a natureza ou conversar com familiares.
É preciso reconhecer a Fomo, buscar ajuda e encontrar ações que ajudem a controlar o impulso por estar sempre conectado, em prol do bem-estar emocional.








