Os genes influenciam as características psicológicas através da codificação de proteínas que afetam o desenvolvimento e funcionamento cerebral, interagindo com fatores ambientais para moldar traços como personalidade, inteligência e predisposição a transtornos mentais.
Por que algumas pessoas são mais sociáveis do que outras? Por que alguns estudantes têm mais sucesso no sistema educacional, enquanto outros mal conseguem concluir os estudos? Por que alguns indivíduos são mais propensos à depressão em situações adversas? Por que determinadas pessoas recorrem à violência com mais facilidade para resolver conflitos? Essas são algumas das questões fundamentais que a ciência do comportamento busca responder.
A ciência do comportamento
Para investigar essas diferenças psicológicas, disciplinas como a psicologia diferencial e a genética comportamental utilizam métodos científicos há mais de um século. Esses estudos avançados permitiram identificar que cerca de 50% das variações psicológicas são influenciadas por fatores genéticos. Os outros 50% estão relacionados às circunstâncias vividas por cada indivíduo.
Embora os fatores ambientais sejam importantes, identificar quais deles têm impacto duradouro na personalidade e comportamento permanece um desafio. Essas influências tendem a ser pessoais e aleatórias, variando ao longo da vida de cada pessoa.
Enquanto as circunstâncias podem mudar, o DNA permanece constante desde o nascimento até a morte. Essa estrutura genética única, compartilhada parcialmente com outros humanos, forma a base da construção psicológica de cada indivíduo.
Não existem dois genomas iguais
Apesar de compartilharmos a maior parte do genoma humano, cerca de 1% apresenta variações únicas em cada pessoa. Essas diferenças são responsáveis por características como sociabilidade, aptidão acadêmica, tendência à depressão e até inclinações políticas.
São nessas variações genéticas que os pesquisadores concentram seus estudos para entender as origens das diferenças psicológicas entre os indivíduos. Essas descobertas foram reunidas em trabalhos recentes, destacando como os genes contribuem para a formação da identidade psicológica.
O negócio do DNA
Apesar do potencial da ciência genética para melhorar a compreensão humana e reduzir o sofrimento físico e mental, ela também apresenta um lado preocupante. Avanços tecnológicos recentes têm levado alguns pesquisadores a colaborar com empresas buscando lucro, muitas vezes ignorando questões éticas importantes.
Editar genes para “melhorar a sociedade”
A possibilidade de editar genomas humanos já não é mais ficção científica. Se características psicológicas estão ligadas ao DNA, seria teoricamente possível modificá-las para mudar comportamentos ou tendências.
Alguns questionam se, além de melhorar condições sociais, seria válido editar geneticamente indivíduos para alterar a sociedade. O futuro nessa área é promissor, mas carrega questões complexas que exigem reflexão não apenas científica, mas de toda a sociedade.








