O Brasil registrou o primeiro caso de câncer de mama associado ao silicone, conhecido como carcinoma espinocelular associado ao implante mamário de silicone (BIA-SCC). O caso foi descrito em um estudo coordenado pelo mastologista Idam de Oliveira Junior, publicado na revista científica Annals of Surgical Oncology.
O caso envolveu uma jovem com implante de silicone de longo prazo para fins estéticos, que apresentou aumento no volume de uma das mamas e dor. Após a troca da prótese e retirada da cápsula, foi descoberta a presença de malignidade. A paciente foi então submetida à mastectomia, mas o câncer retornou de forma agressiva, resultando em uma sobrevida de 10 meses.
Raridade e importância do diagnóstico precoce
Apesar da gravidade do caso, os especialistas destacam que os implantes de silicone são seguros e eficazes, tanto para fins estéticos quanto para reconstrução mamária. O carcinoma espinocelular associado ao implante é uma condição extremamente rara, mas que requer atenção médica.
O estudo brasileiro apresentou uma padronização para o estadiamento e tratamento da doença, baseando-se em casos anteriores descritos na literatura científica. Acredita-se que o BIA-SCC esteja relacionado a processos crônicos de irritação e inflamação da cápsula que envolve o implante, com fatores como uso prolongado e presença de líquido contribuindo para o desenvolvimento do tumor.
Alerta para especialistas
O mastologista Idam de Oliveira Junior reforça a necessidade de exames completos e precisos, especialmente diante de suspeitas de seroma tardio. O diagnóstico precoce é crucial para um tratamento eficiente e maior sobrevida da paciente.
A FDA já emitiu um alerta sobre a ocorrência de casos de BIA-SCC em pacientes com implantes mamários, embora sejam raros. A literatura médica registra pouco mais de 20 casos em todo o mundo desde a primeira descrição em 1992.
Os especialistas continuam investigando os fatores de risco para esse tipo de tumor altamente agressivo, cujas causas ainda não são completamente compreendidas devido ao baixo número de ocorrências.








