Antes de entrar no universo dos clubes de futebol, em 2012, o alicerce esportivo foi construído pelo surfe, uma herança direta de pais que, nos anos 1980, adotaram Saquarema (RJ) como cidade para viver, trabalhar e respirar o mar. Aos 8 anos, o surfe chegou naturalmente. Com a Praia de Itaúna como quintal de infância e a trajetória do irmão Raoni Monteiro na elite mundial abrindo portas para a geração “Brazilian Storm”, a ligação com o esporte sempre foi próxima.
Em 2025, o “Maracanã do Surfe” celebrou 50 anos de seus primeiros festivais, e houve a oportunidade de integrar a equipe de comunicação do Vivo Rio Pro apresentado por Corona Cero, a etapa brasileira do Championship Tour (CT) da World Surf League (WSL). Reencontros com ex-atletas, profissionais e até a partilha do palco com o pai, hoje locutor da WSL, transformaram o trabalho em uma experiência pessoal intensa e reveladora sobre a evolução da modalidade.
A evolução do surfe como negócio
O surfe evoluiu e vem se transformando em um produto sofisticado. A WSL América Latina lidera uma revolução na imagem do esporte, ampliando seu alcance, formatos e posicionando-o como um negócio relevante para marcas, atletas e outros players. O surfe nasceu da contracultura, em lugares como Itamambuca (Ubatuba), Canal 1 (Santos), Arpoador, Píer de Ipanema e Saquarema, onde era mais do que um esporte—era um estilo de vida.
No entanto, o que foi testemunhado durante a etapa de Saquarema foi um surfe profissionalizado e em larga escala. Segundo um relatório da EY, o evento brasileiro, o maior do mundo, movimentou R$ 179 milhões e atraiu quase meio milhão de pessoas à cidade. Empresários locais relataram que esperam esse movimento o ano todo. Hoje, o Brasil é um modelo global de transformação do surfe em negócio.
Profissionalização dos atletas
A oportunidade de profissionalização também chegou aos atletas. Além dos patrocínios diretos, os brasileiros estão cada vez mais respaldados por estratégias que impactam suas carreiras e a vida de pessoas ao seu redor. Italo Ferreira, um dos maiores nomes do surfe brasileiro, conta com 15 parceiros comerciais e sua própria marca de café, a Stoke-Ed Coffee, além de um instituto que oferece educação e desenvolvimento para jovens em Baía Formosa (RN).
Surfe além do mar
O surfe fora do mar também está crescendo. Eventos como o Beyond The Club, onde Kelly Slater e Gabriel Medina surfaram juntos em uma piscina de ondas, mostram que o esporte está se tornando uma experiência exclusiva e uma nova arquitetura de mercado. O surfe hoje é mais plural do que nunca, com espaço tanto para quem o vê como templo quanto para quem o enxerga como arena de negócios.
As piscinas de ondas, os eventos planejados e a força empreendedora dos atletas fortalecem a presença da modalidade na economia esportiva. É a mesma onda, mas com potencial para gerar impacto muito além da praia.








