A análise abrangendo mais de 30 mil indivíduos, entre 19 e 74 anos, utilizou ressonância magnética completa com inteligência artificial para analisar a composição muscular. Fatores como idade, gênero, nível de atividade física, comorbidades aparentes, como osteoporose e altos níveis de colesterol, foram considerados.
Os resultados revelaram que elevados níveis de gordura entre os músculos da região torácica e lombar estão vinculados a uma maior propensão de desenvolver dor lombar crônica. Em contrapartida, pessoas com maior volume de massa muscular nestas regiões apresentam menor probabilidade de sofrer desse mal.
O ortopedista Fernando Jorge, especialista da ASRM e do Conselho Americano de Medicina Regenerativa, destaca a importância deste trabalho. “O estudo sugere fortemente que fatores de risco contornáveis, como as características musculares, poderiam ser focos essenciais tanto para prevenção quanto para tratamento da dor lombar crônica”, salienta.
Demonstra-se, no entanto, que a pesquisa não explorou, a fundo, a relação entre emagrecimento e redução da proteção de gordura entre os tecidos musculares. Adicionalmente, é preciso prevalecer novas pesquisas para compreender melhor esta correlação. “É crucial que, em estudos futuros desta natureza, sejam abordados aspectos psicológicos, nutricionais e laboratérios”, expressa o ortopedista Luciano Miller do Einstein Hospital Israelita, acrescentado “apesar disso, trata-se de investigação relevante para esclarecer o papel dos fatores musculares nesta questão inquietante”.
Miller, também integra o corpo docente livre da Faculdade de Medicina do ABC, em São Paulo, e afirma que a quantidade de tecido gorduroso nos músculos do dorso e lombar pode ser ditada pelo sedentarismo, envelhecimento, dieta, obesidade, resistência à insulina, alterações hormonais, inflamatórios e metas geneticas do indivíduo.
Evidências sugiram que programas de reabilitação que envolvem exercícios de força, balanceamento do regime alimentar e perda de peso são essenciais para diminuir a gordura intramuscular. “Contudo, esses benefícios são relativamente pequenos e gradualmente visíveis, sendo condicionados à frequência e personalização da rotina de exercícios”, alerta o profissional da saúde.








