No universo da culinária e da alimentação saudável, as Plantas Alimentícias Não Convencionais, conhecidas como PANCs, têm ganhado destaque por seu valor nutricional e pelo potencial de diversificar o cardápio das famílias brasileiras, principalmente aqui no Espírito Santo. Muitas dessas plantas são frequentemente vistas como “mato”, crescendo espontaneamente em jardins, hortas e até mesmo em calçadas. No entanto, além de fáceis de cultivar, elas oferecem uma alternativa sustentável, saborosa e rica em nutrientes para as refeições do dia a dia.
O Capixaba apresenta sete espécies de PANCs que podem surpreender tanto pelo sabor quanto pelos benefícios para a saúde. Confira:
1. Ora-Pro-Nóbis (Pereskia aculeata)
Cultivada em várias regiões do Brasil e tradicionalmente utilizada em pratos mineiros, a ora-pro-nóbis é famosa por seu alto teor de proteína, podendo ser uma excelente alternativa para quem busca reduzir o consumo de carne. Suas folhas podem ser consumidas cruas ou cozidas, com textura levemente viscosa, similar ao quiabo. Os frutos maduros também são comestíveis, mas devem ser limpos cuidadosamente por conta dos espinhos.
2. Broto e Batata do Chuchuzeiro
Mais conhecida pelo fruto, o chuchuzeiro também fornece brotos e batatas subterrâneas comestíveis. As pontas das ramas, conhecidas como cambuquira, são muito apreciadas em refogados. Já as batatas, comuns em algumas regiões, podem ser cozidas ou fritas, trazendo mais possibilidades ao cardápio.
3. Beldroega (Portulaca oleracea)
A beldroega é uma planta rasteira de folhas suculentas e levemente ácidas, excelente para saladas e refogados. Muito encontrada em hortas e quintais de Vitória e cidades do interior do Espírito Santo, ela é uma fonte natural de ômega 3.
4. Taioba (Xanthosoma taioba)
Com folhas grandes e vistosas, a taioba é uma verdura versátil, com talos e folhas que devem sempre ser consumidos cozidos, pois contêm oxalatos que podem ser prejudiciais se ingeridos crus. É fundamental a correta identificação da espécie para evitar confusões com outras plantas tóxicas.
5. Cipó-Alho (Mansoa alliacea)
Nativa do Brasil e de forte aroma de alho, essa trepadeira é uma opção interessante para temperos e pratos variados, utilizando folhas e flores frescas. Além do uso gastronômico, a planta também é conhecida por suas propriedades medicinais.
6. Jambu (Acmella oleracea)
Muito popular na culinária amazônica, especialmente no tradicional tacacá, o jambu chama atenção pela sensação de dormência que causa na boca. Suas folhas e flores podem ser consumidas cruas ou cozidas, agregando um sabor marcante às receitas.
7. Dália (Dahlia spp.)
Além de ornamental, a dália surpreende por ter pétalas e tubérculos comestíveis, estes últimos com sabor adocicado semelhante ao yacon. A flor é um toque especial para saladas, conferindo cor e uma textura delicada.
Cuidados e dicas para o consumo de PANCs
A inclusão das PANCs na alimentação deve ser feita com responsabilidade. Antes de consumir qualquer planta, certifique-se de sua identificação correta e do modo de preparo indicado. Algumas espécies podem ser tóxicas se ingeridas de maneira inadequada. Procure informações confiáveis ou converse com produtores e especialistas locais para garantir uma alimentação segura e diversificada.
As PANCs não apenas expandem o repertório gastronômico, mas também promovem a valorização da cultura alimentar do Espírito Santo, incentivando o consumo consciente e sustentável de alimentos.
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