A temporada do Campeonato Brasileiro começou com uma série de polêmicas em relação à arbitragem, destacando uma crise que já se instaurou nas primeiras rodadas do torneio. Clubes como Sport, Cruzeiro e São Paulo não hesitaram em protestar contra decisões questionáveis, como pênaltis e expulsões, envolvendo a atuação dos árbitros e do VAR. Esses protestos representam 30% dos jogos até agora, resultando no afastamento de árbitros, tanto em campo quanto no VAR.
Imediatamente surgem questões importantes sobre a postura dos dirigentes dos clubes. Como podem reclamar da arbitragem se, recentemente, demonstraram apoio à administração atual da CBF, que consideram satisfatória? Essa atitude incoerente parece refletir uma cumplicidade que não condiz com as práticas de transparência necessárias.
Os torcedores também têm suas preocupações. Eles pagam ingressos caros e assistem a jogos onde a arbitragem frequentemente interfere no resultado. A CBF admite que houve influência nas partidas, mas quem é responsável por fiscalizar e punir essas irregularidades? A falta de ações concretas para proteger os direitos dos consumidores e garantir um espetáculo imparcial é alarmante.
Lances polêmicos marcaram as recentes partidas. Houve reclamações, por exemplo, sobre o pênalti a favor do Palmeiras marcado por Bruno Arleu, e a expulsão do jogador do Cruzeiro, Jonathan Jesus, em uma falta contestável. Além disso, a expulsão do técnico Zubeldia, por questionar uma não expulsão, mostra a tensão que permeia as decisões em campo.
O dirigente Guilherme Ferreira, do Sport, ressaltou que o nível da arbitragem está abaixo do que o futebol brasileiro merece. Ele clama por uma reestruturação, acreditando que a nova liderança da Comissão Nacional de Arbitragem, sob Rodrigo Martins Cintra, e a criação de uma Escola Nacional de Arbitragem possam ser o caminho para recuperar a credibilidade.
É preciso destacar que ser conivente com um sistema falho e depois clamar por mudanças transforma protestos que poderiam ser relevantes em mera choradeira. A responsabilidade recai também sobre os órgãos de fiscalização, que devem agir em defesa do torcedor, que cada vez mais se sente prejudicado por erros de arbitragem no Campeonato Brasileiro.






