Uma competição internacional de robótica, o All Japan Robot Sumo Tournament, destacouse neste mês ao reunir duas equipes brasileiras na final do torneio, realizado no Japão. A Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o Instituto Mauá de Tecnologia brilharam ao disputarem a final na categoria “Mini Sumô”, com a equipe MinervaBots consagrando-se campeã após vencer o Kimauánisso Robotics Team por 2 a 0.
A competição foi marcada por um combate acirrado, onde o robô Zé Pequeno, ícone da MinervaBots, demonstrou todo seu potencial na tão emblemática arena Ryōgoku Kokugikan, em Tóquio, tradicional palco de lutas de sumô japonês. Na disputa, os robôs, conhecidos como “sumobots”, têm como objetivo eliminar o adversário da arena circular, trazendo um toque competitivo e cultural que enriquece o evento.
Representando a MinervaBots estavam as alunas de engenharia, Anne Victória Rodrigues da Costa e Lígia Bonifácio. Lígia, parte da equipe há dois anos, expressou que conquistar o torneio sempre fora um sonho. “A concorrência foi intensa e desafiadora, mas a confiança e o esforço conjunto da equipe nos levaram a esse momento histórico”, afirmou a estudante.
A equipe MinervaBots, que tem aproximadamente 30 membros e uma gestão interna composta apenas por alunos, já é presença constante no torneio desde sua fundação em 2012. Lígia ressaltou que a vitória é o resultado de um trabalho de décadas de dedicação e esforço. “Sentir que representamos toda a trajetória da equipe foi emocionante. Isso é muito maior do que um troféu”, explicou.
A participação feminina em áreas de ciência e tecnologia foi uma das questões abordadas por Lígia. Os dados do IBGE apontam que as mulheres têm uma representação menor em disciplinas como computação, totalizando apenas 15,7% dos alunos matriculados. “Esperamos que nossa vitória inspire meninas a entrarem nesse campo. Representatividade é fundamental”, reafirmou a engenheira.
O robô Zé Pequeno, que compete na categoria “Mini Sumô 500 g – Autônomo”, passou por várias atualizações desde sua criação em 2014, demonstrando evolução contínua. Anne, responsável por sua operação, destacou que a conquista foi resultado de muito trabalho e inovação.
O professor Vitor Ferreira Romano, orientador da equipe, enfatizou a importância da vitória para o Brasil no cenário tecnológico. “É um reconhecimento do potencial dos nossos estudantes em um evento de prestígio mundial. Isso incentiva mais alunos a se envolverem com a robótica”, afirmou.
Além da vitória da MinervaBots, a Kimauánisso Robotics Team também teve um desempenho notável, conquistando importantes colocações nas diversas categorias do torneio. O professor Anderson Harayashiki Moreira, da Kimauánisso, comemorou a relevância do evento para o Brasil, reforçando que a participação de duas equipes brasileiras na final ilustra o talento e a inventividade dos estudantes do país.
Diante desse sucesso, os dois grupos sinalizam um futuro promissor para a robótica no Brasil, incentivando um maior desenvolvimento no setor e a participação de novos talentos, especialmente mulheres, abrindo portas para uma maior inclusão e diversidade nas áreas de tecnologia e engenharia.







